quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Web-Palestras do IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – 2021 (Parte II): As Inscrições continuam ABERTAS!

 Querid@s seguidores e visitantes: saudações a todas/as/es!

Socializamos os demais conteúdos-resumos de nossos palestrantes do IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – Edição Especial 2021 com seus respectivos mini currículos e contatos científicos.

As INSCRIÇÕES CONTINUAM ABERTAS e podem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/28hD52StQErnZpsNA

A primeira Web-Palestra com o vídeo completo já está em nosso Canal do GEB/UEPA do You Tube para que os inscritos e o público em geral tenham acesso livre a qualquer momento do dia, no link: https://www.youtube.com/watch?v=8JwOfvfBYbM ou ainda pelo link: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A

Seguem abaixo os temas das palestras, os resumos, as palavras-chave e os mini-currículos dos palestrantes em vídeos de animação para que possamos conhecê-l@s melhor.


WEB-PALESTRA 5:

Cenário da Antropologia Forense no Brasil e suas Contribuições para a Garantia de Direitos Humanos

Mariluzio Moreira [5]

E-mail: mariluzio.araujo@ifpa.edu.br

Resumo

A Antropologia Forense (AF) é um campo pericial que nasce a partir da Antropologia Física. É um dos campos de interface entre as ciências forenses e a antropologia, que atua diretamente no esclarecimento de atos delituosos em que a vítima não pode ser identificada pelos meios fisionômicos. Sua definição tem evoluído bastante e, se antes era vista apenas como técnica para identificação humana, atualmente tem sido convocada para esclarecer circunstâncias de violência e de violação de direitos humanos. Cada vez mais, antropólogos forenses têm sido chamados para analisar restos humanos não esqueletizados e corpos carbonizados ou em avançado estado de decomposição, em variadas situações, bem como para realizar a identificação de indivíduos vivos indocumentados em diversos contextos. No Brasil a AF é responsabilidade exclusiva do Estado e tem experimentado um grande desenvolvimento nos últimos anos, principalmente a partir dos trabalhos desenvolvidos na “Vala de Perus” e no caso da “Guerrilha do Araguaia”, casos esses de severas violações aos direitos humanos, praticados contra militantes perseguidos e executados pelo regime militar no Brasil entre as décadas de 60 e 70. Esses trabalhos serviram não somente para identificar os restos mortais dessas vítimas como também trouxeram justiça a seus familiares que puderam inumar seus mortos. Brumadinho é o caso mais recente, onde a atuação de antropólogos forenses foi determinante para a identificação das vítimas. 41,67% dos departamentos de AF no Brasil são compostos apenas por médicos enquanto 25% possuem por odontólogos, todavia, 33,33% dos departamentos possuem os dois profissionais.  Esse têm sido o perfil profissional da área no Brasil, diferentemente da Europa e dos EUA onde outros perfis profissionais atuam na área como biólogos, antropólogos de formação, arqueólogos entre outros. Isso não significa que outros profissionais não possam atuar na área, uma vez que não há legislação especifica, bastando ser perito oficial.

Palavras Chaves: Antropologia Forense, Violência, Criminalidade, Direitos Humanos. 

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[5] Perito Criminal do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC RC) e docente do Instituto Federal de Educação Ciência e tecnologia do Pará (IFPA-Ananindeua). Possui mestrado em Bioantropologia na linha de pesquisa em Antropologia Genética e Forense pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará onde também cursa doutorado na mesma área. Desenvolve pesquisas em Antropologia Forense e Violência e Criminalidade. É membro do Grupo de Estudos em Bioantropologia do Estado do Pará- GEB/UEPA e do Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente -UFPA.


WEB-PALESTRA 6

A resistência dos Povos Indígenas nas Amazônias: a pandemia e a luta pelo bem viver da Terra Mãe

Eliene Rodrigues Putira Sacuena [6]

Email: putirasacuena@gmail.com

 Resumo

Para o enfrentamento da infecção causada pelo novo coronavírus entre os povos indígenas na Amazônia e tendo em vista a vulnerabilidade social e epidemiológica dos povos indígenas, a SESAI, instituição responsável pela Saúde Indígena, criou protocolo chamado de Plano de Contingência Nacional. Cada Distrito Sanitário Especial Indígena elaborou conforme a sua realidade, entretanto, as lideranças indígenas somaram a luta contra COVID19 criando suas próprias barreiras sanitárias, isolamento e distanciamento dos centros urbanos. Nos territórios, o medo de uma desconhecida doença trazia angustias e tristezas com as perdas das grandes bibliotecas de ciências ancestrais que iam embora, porém, com a chegada da pandemia, retornaram severamente os quatros processos colonizadores no Brasil. Primeiramente, falar da religião em nossos territórios contra a vacinação, o Estado Brasileiro sendo omisso aos povos indígenas, a Ciência invisibilizando os conhecimentos ancestrais com a forma de tutelar outras ciências e, enfim, o capitalismo que adoece as pessoas e destrói o mundo, mas dentro dele estão os outros três processos de colonização. Com a pandemia, a Mãe Terra ficou em perigo, o racismo, etnocídio e o genocídio dos povos indígenas foi declarada no Brasil. A sociedade Brasileira está confortável acreditando que o peixe contaminado por mercúrio nos territórios indígenas pelo garimpo ilegal não chegará em suas mesas e que o desmatamento não trará consequências futuras. Precisamos discutir sobre Natureza/Humanidade, não dá para dividir o mundo, estamos atrelados pelas cosmologias indígenas e as epistemologias precisam ser respeitadas, a luta não é contra somente a COVID19, mas também pelos territórios sagrados que sustentam o mundo. Não podemos falar da Amazônia somente como bioma, nós, povos indígenas, fazemos parte desse grande círculo construído pelas minhas ancestrais que resistiram a invasão do Brasil.

Palavra Chave: Indígenas, Pandemia, Colonização, COVID-19.

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[6] Indígena mulher da etnia Baré. Graduada em biomedicina pela UFPA, mestra em Antropologia na Concentração em Bioantropologia em Genética Forense pelo Programa de Pós Graduação em Antropologia na UFPA e Doutoranda em Antropologia na Concentração em Bioantropologia em Genética Forense pela UFPA. É das Comissões de Ações Afirmativas e Ética na ABA representando a Articulação Brasileira de Indígenas Antropologes. Assessora da Associação dos Povos Indígenas Estudantes na UFPA e vice presidente da Liga Acadêmica de Saúde Indígena no Pará.


 WEB-PALESTRA 7

Evolução como conceito central para a Bioantropologia

Pedro T. Da-Glória [7]

E-mail: pedrodagloriaufpa@gmail.com

Resumo

O conceito de evolução é central para as pesquisas modernas em antropologia biológica. Nesta apresentação pretendo mostrar como a ideia de evolução têm tido múltiplos entendimentos dependendo da disciplina que a utiliza, do tópico pesquisado e dos seus referenciais teóricos. Três grandes debates em torno do conceito de evolução serão apresentados neste trabalho. Primeiro, no século XIX, há uma distinção, muitas vezes ignorada hoje nas ciências humanas, entre o evolucionismo social de Herbert Spencer e a teoria biológica de evolução de Charles Darwin. O segundo momento aqui analisado é a consolidação da Teoria Sintética de Evolução (TSE) na biologia entre as décadas de 1930 e 1950, colocando a genética de populações como área chave para a teoria evolutiva neodarwinista. Essa consolidação da TSE na biologia é acompanhada por um distanciamento do uso do conceito de evolução nas ciências humanas, especialmente no Brasil. Por fim, o terceiro momento se refere à emergência da Teoria Estendida de Evolução (TEE) na biologia. Essa teoria enfatiza o papel da construção do nicho, das múltiplas heranças e do desenvolvimento. A TEE abre possibilidade para uma discussão renovada sobre o papel do ambiente na evolução das espécies, especialmente para as discussões que envolvem a interface biologia e cultura.

Palavras-chave: Teoria evolutiva. Síntese biocultural. Construção de nicho.


[7] Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (2004), mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Genética) pela Universidade de São Paulo (2006) e doutorado em Antropologia - Ohio State University (2012). Realizou pós-doutorado no Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos na Universidade de São Paulo (2012 - 2018). Atualmente é professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará, membro do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará e Coordenador do Laboratório de Arqueologia Denise Pahl Schaan.


Web-Palestra 8

Uso de Isótopos Estáveis em Estudos Bioarqueológicos

Letícia Morgana Müller [8]

E-mail: leticiamorgana@yahoo.com.br

Resumo

O caráter multidisciplinar da arqueologia permite o diálogo com diferentes áreas científicas para a construção de conhecimento sobre o passado, e o uso de análises de isótopos estáveis é um exemplo destas aproximações realizadas com outras disciplinas. Desenvolvido na segunda metade do século passado, este método tem sido cada vez mais utilizado em estudos de paleodieta e de mobilidade dos grupos humanos em várias partes do mundo, embora ainda seja pouco aplicado no Brasil. Questões como migração, diferenças em dietas intra e inter grupos e osteobiografia são alguns exemplos de questões que podem ser respondidas, não somente para conhecimento de populações humanas, mas também de fauna. Além disso, isótopos estáveis também podem ser usados em estudos de nichos ecológicos, de ecologia de espécies e de efeitos de sazonalidade. Nesta apresentação são analisadas algumas das possibilidades de aplicação deste método em estudos bioarqueológicos e bioantropológicos utilizando exemplos de pesquisas realizadas em remanescentes arqueológicos no Brasil.

Palavras-chave: Isótopos estáveis. Paleodieta. Meio ambiente.

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[8] Bioarqueóloga, doutoranda no Programa de Pós Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará, pesquisadora da Scientia Consultoria Científica. Graduada em História (UDESC), possui especialização em Arqueologia e Práticas Interdisciplinares (URI-Erechim/RS) e mestrado em História com ênfase em estudo de cultura material (PUC/RS). Estuda práticas funerárias, paelodieta e aspectos de saúde e doença de populações do passado. 


Web-Palestra 9

O antropoceno e a necropolítica na Amazônia Brasileira


                                                                                                                            Ligia Amaral Filgueiras [9]

E-mail: ligiafilgueiras@gmail.com

Resumo

O Antropoceno é um termo polêmico criado em 2000 por Paul Crutzen e Eugene F. Stoemer, para representar as mudanças ambientais que o ser humano tem provocado ao planeta Terra, influenciando diretamente na vida das populações humanas. Refletir sobre a origem do Antropoceno e o que esperar do progresso humano e suas implicações ao ecossistema. É revisão integrativa de artigos da Revista Anthropocene, bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Google Scholar, no período de 2015 a 2021. Foram utilizados os descritores: “Anthropocene”, “Amazon”, “Brazil”, “Necropolitics”, associados aos operadores booleano “OR” e “AND”. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos completos; produzidos na realidade brasileira; publicados em língua portuguesa e inglesa; e os critérios de exclusão foram: resumos simples e expandidos, dissertações, teses e artigos de revisão. Desde o Holoceno, o ser humano vem provocando grandes extinção de espécies animais e vegetais, poluição dos corpos d’água, e, juntamente com a necropolítica ambiental, a sobrexploração de recursos naturais, a obsolescência programada, o discutível aquecimento global (pois ainda há pessoas politicamente motivadas a negá-lo), ao mesmo tempo que o capitalismo se reinventa para se manter em voga. Para as populações tradicionais amazônicas, destacamos os grandes projetos implantados desde a década de 50, a luta incessante pelo direito ao uso da terra e a vida, o combate aos crimes socioambientais, a insegurança alimentar, e a ausência de saúde e educação de qualidade. Atualmente, há a discussão sobre a inserção do ecocídio nas leis internacionais. Se ações efetivas não forem tomadas pelos agentes públicos, condições inviáveis serão comuns em muitas partes do mundo. Por fim, abrimos caminho para o debate de agendas de pesquisas e fomento de políticas públicas a fim de discutir alternativas para a população e o meio ambiente amazônico.

Palavras-Chave: Mudanças Climáticas. Populações Tradicionais. Ecocídio.



[9] Graduação em Licenciatura Plena em Biologia, Universidade Federal do Pará (UFPA) (1998), Mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (BADPI) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) (2002), Doutorado em Antropologia, Área de Concentração Bioantropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora Efetiva da SEDUC-PA (Ensino Médio) e Professora Assistente IV (40 horas) da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

 

Agradecemos a quem puder compartilhar a nossa postagem e ajudar na divulgação do evento.

Amanhã iremos postar a Web-Palestra 2.

Aguardamos os seus comentários e perguntas!

Abraços a tod@s e um ótimo evento!

Coordenação do GEB/UEPA


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