Socializamos os primeiros conteúdos-resumos de nossos palestrantes do IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – Edição Especial 2021 com seus respectivos mini-currículos e contatos científicos.
Lembrando sempre que as INSCRIÇÕES CONTINUAM ABERTAS e podem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/28hD52StQErnZpsNA
As postagens dos vídeos completos serão realizadas a partir do dia 23 de agosto de 2021 em nosso Canal do GEB/UEPA do You Tube para que os inscritos e público em geral tenham acesso livre a qualquer momento do dia, no link: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A
Seguem abaixo os temas das palestras, os resumos, as palavras-chave e os mini-currículos dos palestrantes em vídeos de animação para que possamos conhecê-l@s melhor.
WEB-PALESTRA 1:
O homem dragão: fatores ambientais como influentes na formação morfológica craniana
Santiago
Wolnei Ferreira Guimarães[1]
E-mail:
santiago.wolnei@gmail.com
Resumo
Recentemente a pesquisa
paleoantropológica trouxe à tona a descoberta do “Homem dragão”, um espécime
humano que viveu no Leste Asiático, especificamente no norte da China, há pelo
menos 146.000 anos atrás. O espécime, que se trata de um crânio quase completo
encontrado em 1933 durante a construção de uma ponte, chamou a atenção dos
cientistas apenas atualmente. Muitas interpretações têm sido dadas para o Homem
dragão, principalmente as que indicam uma maior proximidade do mesmo para com o
Homo sapiens, quando comparado com o Homo neandertal, o que não seria
esperado. Mas, de modo geral, grande parte das ideias apresentadas são usadas
para localizar o fóssil como mais um distinto primo do Homo sapiens, ao lado de outras subespécies, ao invés de
considerarem também a possibilidade de o mesmo fazer parte de uma diversidade
morfológica intergrupal da nossa espécie. Diante tal problemática, propomos
discutir brevemente algumas das recentes descobertas dos estudos sobre o crânio
e sua relação com os fatores de desenvolvimento externos, como uma forma de entendimento
alternativo para o Homem dragão. Busca-se, desse modo, reiterar a importância
da influência das pressões ambientais (forças neutras) como modos que promovem microevoluções
e, consequentemente, desenvolvimentos diferenciais nos fenótipos do crânio,
mesmo considerando a herdabilidade. Por fim, pretende-se trazer à reflexão a
importância do meio ambiente para a adaptabilidade humana, para além dos
padrões geneticamente herdados, não apenas entre grupos existentes há milênios
de anos atrás, mas também, e principalmente atuais, como os grupos étnicos na
Amazônia.
Palavras-chave: Homem dragão. Craniometria. Adaptação. Influência ambiental. Fenótipo.
____________________
[1] Doutor em
Antropologia/Bioantropologia pela Universidade Federal do Pará (UEPA/PPGA).
Mestre em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre – consórcio pela
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) e Universitat de
Tarragona (Espanha). Graduação em Geografia (UnB). Docente da Secretaria de
Educação do Distrito Federal, e Arqueólogo no Comitê Pró-Brumadinho, IEPHA-MG,
atuou também como Técnico Arqueólogo pelo Centro Nacional de Arqueologia –
IPHAN, e Museu Nacional-RJ (projeto de resgate de peças ocasionado pelo
incêndio).
WEB-PALESTRA 2:
Devastação Ambiental, Mudanças Climáticas e a Emergência de Novas Pandemias no Século XXI
Hilton
P. Silva[2]
E-mail:
hdasilva@ufpa.br
Resumo
O Antropoceno se
caracteriza como o período no qual os seres humanos, uma espécie muito recente,
tiveram um enorme impacto planetário, capaz de influenciar mudanças climáticas
globais, causar devastação ambiental sem precedentes, extinções em massa e a emergência
de patógenos altamente contagiosos e letais. Alguns locais do planeta, como a
região amazônica, as florestas africanas e do sudeste asiático, contém grande
biodiversidade e socio diversidade, mas a Amazônia Brasileira, ainda amplamente
desconhecida, se destaca pela diversidade de biomas, de espécies, de povos e de
línguas, mas também pelos graves danos e rápida destruição que tem sofrido por
ação antrópica no período pós-colonial. Nossa região é ocupada há cerca de 11
mil anos por grandes grupos populacionais, que desenvolveram mecanismos
adaptativos fazendo uso sustentável dos recursos naturais e ainda hoje
contribuem para a proteção do meio ambiente. No entanto, o processo de ocupação
da região, sobretudo nas últimas cinco décadas, se caracterizou pelo aumento
exponencial da destruição da socio biodiversidade, contribuído para os câmbios
ambientais no planeta e, como consequência, o surgimento de novas doenças
humanas e animais, como SARS, MERS, Zika, Ebola, H1N1, H5N1, em diversas partes
do mundo, cujo controle tem se mostrado difícil. Como única espécie capaz de
influenciar todos os ecossistemas, há necessidade de o Homo sapiens repensar suas ações enquanto ainda há tempo de evitar
sua própria extinção.
Palavras-chave: Extinção. Biodiversidade. Amazônia. Adaptação.
[2] Programa de
Pós-Graduação em Antropologia (PPGA); Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Sociedade
na Amazônia (PPGSAS),
Universidade Federal do Pará (UFPA); Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e
Meio Ambiente (LEBIOS/CNPq); Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da
Universidade de Brasília (CEAM/UNB); Centro de Investigação em Antropologia e
Saúde da Universidade de Coimbra (CIAS/UC).
Região Amazônica em Alerta Biológico: Riscos Associados a Determinantes Sociais da Saúde, Antipolítica Ambiental e Sindemia da Covid-19 no Estado do Pará na Atualidade.
Ariana Kelly L S
da Silva[3]
Fiona Felker[4]
E-mail: arianabelem@gmail.com
Resumo
Nos últimos dois
anos a Região Amazônica tem enfrentado variados riscos associados a
Determinantes Sociais da Saúde (DSS), à antipolítica ambiental do Governo
Federal e ao agravamento da Covid-19, principalmente, no Estado do Pará, que
notificou grandes retrocessos sanitários, perdas de extensas áreas de biomas de
floresta nativa e acelerado crescimento de contágios e óbitos pelo novo vírus
da SARS-Cov-2, com o abrupto avanço da sindemia entre os anos de 2020 e 2021. Objetivando problematizar as situações indicadas,
realizamos levantamentos estatísticos em artigos, livros, sites privados e de
órgãos oficiais do Brasil sobre DSS na Amazônia, áreas ambientais degradadas e
indicadores sociais sobre COVID-19 de populações vulneráveis no Pará. Os dados
utilizados indicaram que o Estado do Pará continua entre os mais afetados da
Região Norte em relação aos DSS, sendo Belém a 5ª cidade mais vulnerável do
país em relação à renda, com acesso precário a atendimentos de urgência e
emergência no serviço público de saúde durante a sindemia. No interior do Pará,
em Marabá, 36% da população está no setor informal, com 41% vivendo na pobreza.
Em regiões ribeirinhas e insulares sem transporte regular, o acesso a vacinas
anti-Cov-2 é escasso, além do aumento do desemprego e da extrema pobreza. Os
índices de desmatamentos, queimadas e degradações ambientais irreversíveis
cresceram quase 40% em 2019 no Pará, com áreas clandestinas de garimpos e
criações de gados em terras indígenas, quilombolas e privadas, em decorrência
da precária desestabilização de instituições ambientais reguladoras, sem
fiscalização, desfavorecendo as minorias políticas locais, demonstrando o
grande alerta biológico de se viver na Região Amazônica nos dias atuais. O
investimento em políticas públicas de proteção social, da saúde, da economia e
a cobertura vacinal são ações emergenciais que precisam ser adotadas em caráter
de urgência para que os riscos biológicos sejam mitigados em definitivo.
Palavras-chave: Risco biológico. Sindemia. SARS-Cov-2. Amazônia.
[3] Doutora em
Antropologia/Bioantropologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA/PPGA).
Estágio Sanduíche na University of South Florida (USF/Tampa/EUA) no Applied
Biocultural Laboratories, Social Science Building. Mestre em
Antropologia/Bioantropologia (UFPA/PPGA). Especialista em Sociologia e Educação
Ambiental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Graduada em Ciências
Sociais (UFPA). Atualmente exerce as funções de Docente da Universidade do
Estado do Pará (UEPA/CCSE), Docente da Secretaria de Estado de Educação do Pará
(SEDUC/PA) e Vice-Líder do Grupo de Estudos em Bioantropologia do Estado do
Pará – UEPA (GEB-PARÁ/UEPA).
[4] Mestre em Defesa Biológica pela
George Mason University (GMU), com foco em patógenos já existentes. Estagiou no
Escritório de Preparação para Emergências do Departamento de Saúde do Condado
de Fairfax e tem certificado de pós-graduação pela Faculdade de Saúde
Pública. Está atualmente cursando o
Doutorado em Antropologia Médica na Faculdade de Artes e Ciência da University
of South Florida (USF), USA.
WEB-PALESTRA 4:
Métodos Quantitativos Aplicados à
Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças na Comunidade Remanescente Quilombola
Mangueiras
Edson Marcos Leal Soares Ramos[5]
E-mail: ramosedson@gmail.com
Resumo
As comunidades remanescentes de
quilombo são grupos populacionais que possuem ancestralidade negra,
características étnicas raciais fundamentadas nas relações com a terra, prática
cultural própria, parentesco e território. E neste contexto, ao se levar em
consideração a transição nutricional para o âmbito rural, mais particularmente
para as comunidades quilombolas, percebe-se a presença marcante de outros
fatores, como a prática de atividade física e a preferência por alimentos de
acesso relativamente fácil, como o peixe, frutas e hortaliças, tendo como base
a disponibilidade de recursos para a sua sobrevivência. Mostra como os métodos quantitativos foram aplicados à promoção da saúde e prevenção
de doenças na comunidade remanescente quilombola Mangueiras. Trata-se de um estudo
observacional, transversal, de base populacional. A população de estudo é
constituída de crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos, que
residem na comunidade remanescente de Quilombo Mangueiras, do município de
Salvaterra, na Ilha do Marajó, Pará. A amostra foi obtida pela técnica de
amostragem não probabilística por conveniência. Os dados foram coletados por meio
de um questionário de pesquisa que continha perguntas referentes aos dados
pessoais, condições sociais, aspectos relacionados à saúde, bem como a
avaliação bioquímica, a antropometria e o consumo alimentar, por meio do
questionário de frequência alimentar semi quantitativo e recordatório de 24
horas. A técnica estatística utilizada foi a análise exploratória de dados. Observou-se que a maioria dos moradores da comunidade remanescentes do
quilombo é casada e com idade média de 45 anos. Possuindo a maioria ensino
fundamental incompleto e exercendo a profissão de pescador, com renda individual
predominante inferior a um salário mínimo. A maioria das casas possui água
encanada, sendo a maior parte de madeira. A maioria relatou não ter fumantes na
residência, avaliaram o seu estado de saúde como regular e praticam algum tipo
de atividade física. A maior parte dos moradores não apresentam riscos com
relação à circunferência da cintura, 33,33% apresentam risco aumentado e 31,48%,
aumentando substancialmente. Riscos
com relação à circunferência da cintura é uma realidade presente nas comunidades
remanescente de quilombo e promover a saúde e
prevenção de doenças nessas comunidades é um direito humano,
principalmente no que se refere a ter uma alimentação adequada.
Palavras chaves: Análise exploratória de dados. Transição nutricional. Estado de saúde.
[5] Bacharel em Estatística pela
Universidade Federal do Pará (1994), mestre em Estatística pela Universidade
Federal de Pernambuco (1999) e Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade
Federal de Santa Catarina (2003). É professor Titular Universidade Federal do
Pará e Professor do Programa de Pós-Graduação em Segurança Pública. É
Conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. É professor colaborador
da Universidade de Cabo Verde no mestrado de Segurança Pública.
Em breve iremos postar as informações sobre os demais palestrantes!
Agradecemos a quem puder compartilhar.
Abraços e um ótimo final de semana!
Coordenação do GEB/UEPA
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