sexta-feira, 11 de maio de 2018

Tese sobre Doença Falciforme e Ancestralidade Genômica no Estado do Pará

Ariana da Silva e a banca de avaliação
durante a defesa de doutorado na UFPA
A Profa. Dra. Ariana Kelly LS da Silva, Bioantropóloga, desenvolveu a pesquisa de tese intitulada: “A Doença Falciforme na Amazônia: As Intersecções entre Identidade de Cor e Ancestralidade Genômica no Contexto Paraense”, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal do Pará – UFPA/PPGA, sob orientação do Prof. Dr. Hilton P da Silva (PPGA/UFPA) e Coorientação do Prof. Dr. João Farias Guerreiro, do Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM/UFPA). Ariana defendeu o doutorado no dia 13 de março de 2018. A tese é formada por 04 artigos científicos, 03 deles já publicados (em Língua Portuguesa/Links anexados abaixo) e 01 em fase de edição (na Língua Inglesa), o último foi desenvolvido durante os 06 meses em que foi Bolsista/Scholarship do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior – PDSE/CAPES, com estágio desenvolvido na University of South Florida – USF, no Applied Biocultural Laboratories, Graduate Program in Anthropology, na cidade de Tampa, Flórida, Estados Unidos, tendo como Orientadora a Profa. Dra. Lorena Madrigal, Coordenadora de Antropologia Biológica da USF. Além disso, Ariana produziu um vídeo sobre alguns dos resultados da tese, sintetizando algumas impressões dos participantes da pesquisa sobre a Doença Falciforme, Racismo e os laudos de Ancestralidade Genômica entregues na ocasião da pesquisa de campo, que segue anexado. O resumo da tese e os respectivos links seguem abaixo.

Silva, Ariana K L S. A Doença Falciforme na Amazônia: As Intersecções entre Identidade de Cor e Ancestralidade Genômica no Contexto Paraense. 2018. 139p. Tese de Doutorado, Área de Concentração em Bioantropologia.
Ariana Kelly Leandra Silva da Silva

Resumo

A Doença Falciforme (DF) é a síndrome genética mais prevalente em todo o mundo. Na Amazônia, Estado do Pará, o grupo com a hemoglobina mutante Hb S (grupo homozigoto Hb SS) representa cerca de 1% da população, que convive com desafios em relação ao acesso aos serviços de saúde pública, à vulnerabilidade biossocial, aos estigmas relacionados à “Raça/Cor” dos indivíduos e às manifestações clínicas severas e de difícil tratamento da DF. Pesquisamos as categorias biológicas (genéticas) e culturais (raça/cor) de pessoas diagnosticadas com a doença, confrontando as intersecções (conexões) entre a Identidade Social de Raça/Cor e a Ancestralidade Genômica (AG) analisando a condição biocultural dos sujeitos, com histórias de vida que englobam a questão genética e o racismo em torno da doença. Investigamos 60 pessoas com Hb SS no Estado do Pará. Foram coletadas amostras de sangue na Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Pará (Hemopa/Belém) e realizados testes de Ancestralidade Genômica autossômica no Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM) da Universidade Federal do Pará (UFPA) onde usamos 62 Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIMs) via PCR multiplex no sequenciador ABI Prism 3130 e software v.3.2 GeneMapper ID. Simultaneamente, foi realizada pesquisa de campo de caráter etnográfico com entrevistas semiestruturadas com os mesmos indivíduos, após a entrega do resultado do teste de AG. A formatação da pesquisa seguiu um Texto Integrador com quatro (04) artigos científicos publicados ou em fase de publicação/edição. O primeiro artigo descreve a epidemiologia da DF no Pará, referido como a Introdução da tese. O segundo artigo trata sobre os preconceitos e os determinantes sociais da saúde vivenciados por pessoas com DF, sendo considerado o Problema a ser investigado. O terceiro artigo demonstra as questões de renda, cor e qualidade de vida dos indivíduos pesquisados. O quarto artigo aborda as manifestações clínicas da DF e as intersecções entre a Identidade de Raça/Cor e a Ancestralidade Genômica dos participantes da pesquisa. Os dois últimos artigos são parte dos Resultados dessa investigação. O estudo foi embasado na identificação do processo de racialização da DF como um Determinante Social da Saúde (DSS), considerando que esta comporta elementos biológicos e socioculturais, sendo ainda concebida como uma “doença que vem do negro” na Amazônia, e o fato de haver ainda poucas pesquisas sobre doenças genéticas na Amazônia. Concluímos que é importante analisar os padrões epidemiológicos da população brasileira partindo de suas características étnicorraciais devido à presença africana, europeia e indígena marcantes na Região Amazônica, em especial, em grupos com uma doença crônica, com a DF. Além disso, evidenciamos que as manifestações clínicas da DF podem ser mensuradas de acordo com os dados de ancestralidade genômica e autodeclaração de raça/cor em se tratando de diferenças que envolvem o aDNA, o gênero/sexo, a idade e a renda familiar, todavia, apenas o status socioeconômico e as características de ascendência genética não conseguem responder sobre a heterogeneidade da sintomalogia da DF e devem ser levados à análise de polimorfismos associados a esses eventos.

Palavras-Chave: Doença Falciforme; Amazônia; Raça; Cor; Ancestralidade Genômica; Identidade Social/Cultural.

Artigos, Vídeo e Links:

Artigo 1: O Contexto Epidemiológico e Biossocial da Doença Falciforme no Pará, Amazônia, Brasil.


Artigo 2: Doença Falciforme, Preconceito Linguístico e Sociorracial: A Desinformação como Determinante Social da Saúde no Estado do Pará, Amazônia.


Artigo 3: Renda e Cor de Pessoas com Anemia Falciforme Atendidas na Fundação Hemopa, Pará, Amazônia, Brasil: Realidade e Perspectivas.


Vídeo no You Tube: Sickle Cell Disease in Amazon. Entrevistas em Português e Legenda em Inglês. Roteiro: Ariana da Silva. Edição: Roseane Tavares. Tradução: Lígia Filgueiras.

Link: https://youtu.be/-HMgFwJi7P4.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Grupo de Estudos em Bioantropologia do Estado do Pará

Gostaríamos de desejar boas vindas a tod@s que seguirem o Blog "Bioantropologia do Estado do Pará" - GEB - Pará, um Grupo de Estudos que tem como objetivo geral fomentar pesquisas, discussões, publicações e socializar informações acerca de temas ligados à Bioantropologia. O nosso grupo é formado por alguns pesquisadores da área da Bioantropologia e demais estudantes de áreas afins, como segue abaixo:

Ariana Kelly L S da Silva, formada em Ciências Sociais (UFPA), Aperfeiçoada em Gênero e Diversidade e em Políticas Públicas em Gênero e Raça (UFPA), Especialista em Sociologia e Educação Ambiental (UEPA), Mestre e Doutora em Bioantropologia (ou Antropologia Biológica) (UFPA). Faço pesquisa sobre Doença Falciforme (DF), Ancestralidade Genética, Raça/Cor, Renda e Manifestações Clinicas da DF, além de Relações de Gênero, Diversidade Étnicorracial, etc. E disponível para dialogar na interdisciplinaridade em outras áreas afins... Link para o Latteshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4130035D3

Profa. Dra. Ariana Kelly L S da Silva
Sou Ligia A. Filgueiras, Bióloga com Licenciatura Plena pela UFPA, fiz  Mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (BADPI) pelo INPA (Manaus) e Doutorado em Bioantropologia, onde tenho estudado sobre Saúde de Populações Vulneráveis como Ribeirinhos e Quilombolas do Estado do Pará e um pedaço do Amazonas. Sou professora efetiva da SEDUC-PA  e da UEPA. Gosto de conversar sobre Biologia, Bioantropologia, Evolução, Ecologia Humana e sempre estou disposta a aprender. Ah, sei um pouco de inglês  :) Link do Latteshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4769831J0

Profa. Dra. Ligia A. Filgueiras
Santiago Wolnei F. Guimarães, Graduado em Geografia (UnB), Mestre em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre (Programa Erasmus - Universidade de Trás os Montes e Alto Douro - Portugal, e Universitat Rovira i Virgili - Espanha). Doutorando em Bioantropologia. Pesquiso sobre início do gênero Homo, craniometria, bioestatística, arte-rupestre e discussão em antropologia e assuntos correlacionados. Link do Latteshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4210119A6


Doutorando em Bioantropologia Santiago Wolnei (PPGA/UFPA)
Roseane B. Tavares. Sou Bacharel em Biologia, Tecnóloga em Gestão Ambiental, Técnica em Saneamento e Mestra em Saúde Coletiva. Não sou bioantropóloga, mas desde o início da minha formação como Bióloga, estou em contato com pesquisas nessa área. Tenho experiência com investigações relacionadas à Educação Ambiental e Saúde, Resíduos Sólidos, Microbiologia, Doenças Infecciosas em Populações Tradicionais, algumas aproximação com a Etnobiologia e, mais recentemente, minha pesquisa do Mestrado com a experiência do Programa Mais Médicos para o Brasil, no qual fui supervisora administrativa e pesquisadora (Estado do Pará). Link do Latteshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4201789Y3

Mestra Roseane B. Tavares
Mariluzio Moreira, Perito Oficial do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, professor do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará. Possui Mestrado em Bioantropologia pela UFPA e desenvolve pesquisa nas áreas de Violência enquanto Problema de Saúde Pública, Antropologia Forense e em Crimes Contra a Vida. Link do Lattes http://lattes.cnpq.br/1044405553198067

Mestre Mariluzio Moreira

Meu nome é Alisson Bruno Leite Lima, tenho 25 anos, sou Bacharel em Fisioterapia pela UFPA e Mestre em Saúde Coletiva, também pela UFPA. Desde a graduação apresentei uma inclinação para a Atenção Básica, o caminho para a melhoria da saúde de todos é por ela (AB). Espero aprender e contribuir bastante com o grupo.

Mestre Alisson Lima
Eu me chamo Aline Saraiva e sou biomédica formada pela UFPA. Durante a  graduação desenvolvi trabalhos voltados para microbiologia, pesquisas com algumas plantas medicinais da Amazônia, me interesso por hematologia, análises clínicas e estagiei na área de genética humana e médica, onde há pouco mais de um ano fui apresentada à Ariana que me orientou no meu trabalho de conclusão de curso sobre Doença Falciforme. Tal pesquisa desempenhou um papel relevante na minha formação acadêmica e pessoal, pois como portadora dessa alteração genética, me senti muito grata por desempenhá-lo. Antes não tão atenta aos aspectos biossociais da doença, estou cada vez mais sendo impulsionada, desenvolvendo interesse especial por essa perspectiva e pela bioantropologia.

Biomédica Aline N Saraiva
Sou Leon Mourão, me formei em medicina em 2015, hoje estou no segundo ano da residência de medicina de família e comunidade. Tive contato com o laboratório de bioantropologia desde 2012, quando iniciei um estágio voluntário lá. Isso enriqueceu minha formação e minha vida. Hoje meu interesse é basicamente a Atenção primária à saúde e nisso entra diretamente temas como acesso à saúde de populações minoritárias, programa mais médicos, etc.
Médico-Residente Leon Mourão
Sou Laércio Cardoso Jr, moro em Salvador-Bahia. Sou acadêmico de Medicina na UFBA e curso Especialização em Saúde Coletiva. Tive meu primeiro contato com a Bioantropologia há alguns anos, quando conheci o programa e blog da UFPA, tendo posteriormente a oportunidade de conhecer a Ariana. Tenho interesse em Bioantropologia, principalmente Antropologia Genética. Participei como IC em projetos na área de Genética Humana/Médica em temas como Pigmentação da Pele, Ancestralidade e Genética Comunitária, sendo bolsista do Projeto Genética no Sertão (Monte Santo - Bahia). Também me interesso por temas como Saúde Coletiva, Genética Médica e Saúde da Damília; e acredito que a Bioantropologia permite o diálogo entre esses diversos interesses. Link do Latteshttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4284635P2

Estudante de Medicina Laércio C. Júnior

Em breve iremos publicar mais informações sobre as nossas atividades, projetos e publicações.

O nosso e-mail é: bioantropologia.pa@gmail.com

Sejam muito benvind@s!!!