quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Web-Palestras do IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – 2021 (Parte II): As Inscrições continuam ABERTAS!

 Querid@s seguidores e visitantes: saudações a todas/as/es!

Socializamos os demais conteúdos-resumos de nossos palestrantes do IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – Edição Especial 2021 com seus respectivos mini currículos e contatos científicos.

As INSCRIÇÕES CONTINUAM ABERTAS e podem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/28hD52StQErnZpsNA

A primeira Web-Palestra com o vídeo completo já está em nosso Canal do GEB/UEPA do You Tube para que os inscritos e o público em geral tenham acesso livre a qualquer momento do dia, no link: https://www.youtube.com/watch?v=8JwOfvfBYbM ou ainda pelo link: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A

Seguem abaixo os temas das palestras, os resumos, as palavras-chave e os mini-currículos dos palestrantes em vídeos de animação para que possamos conhecê-l@s melhor.


WEB-PALESTRA 5:

Cenário da Antropologia Forense no Brasil e suas Contribuições para a Garantia de Direitos Humanos

Mariluzio Moreira [5]

E-mail: mariluzio.araujo@ifpa.edu.br

Resumo

A Antropologia Forense (AF) é um campo pericial que nasce a partir da Antropologia Física. É um dos campos de interface entre as ciências forenses e a antropologia, que atua diretamente no esclarecimento de atos delituosos em que a vítima não pode ser identificada pelos meios fisionômicos. Sua definição tem evoluído bastante e, se antes era vista apenas como técnica para identificação humana, atualmente tem sido convocada para esclarecer circunstâncias de violência e de violação de direitos humanos. Cada vez mais, antropólogos forenses têm sido chamados para analisar restos humanos não esqueletizados e corpos carbonizados ou em avançado estado de decomposição, em variadas situações, bem como para realizar a identificação de indivíduos vivos indocumentados em diversos contextos. No Brasil a AF é responsabilidade exclusiva do Estado e tem experimentado um grande desenvolvimento nos últimos anos, principalmente a partir dos trabalhos desenvolvidos na “Vala de Perus” e no caso da “Guerrilha do Araguaia”, casos esses de severas violações aos direitos humanos, praticados contra militantes perseguidos e executados pelo regime militar no Brasil entre as décadas de 60 e 70. Esses trabalhos serviram não somente para identificar os restos mortais dessas vítimas como também trouxeram justiça a seus familiares que puderam inumar seus mortos. Brumadinho é o caso mais recente, onde a atuação de antropólogos forenses foi determinante para a identificação das vítimas. 41,67% dos departamentos de AF no Brasil são compostos apenas por médicos enquanto 25% possuem por odontólogos, todavia, 33,33% dos departamentos possuem os dois profissionais.  Esse têm sido o perfil profissional da área no Brasil, diferentemente da Europa e dos EUA onde outros perfis profissionais atuam na área como biólogos, antropólogos de formação, arqueólogos entre outros. Isso não significa que outros profissionais não possam atuar na área, uma vez que não há legislação especifica, bastando ser perito oficial.

Palavras Chaves: Antropologia Forense, Violência, Criminalidade, Direitos Humanos. 

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[5] Perito Criminal do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC RC) e docente do Instituto Federal de Educação Ciência e tecnologia do Pará (IFPA-Ananindeua). Possui mestrado em Bioantropologia na linha de pesquisa em Antropologia Genética e Forense pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará onde também cursa doutorado na mesma área. Desenvolve pesquisas em Antropologia Forense e Violência e Criminalidade. É membro do Grupo de Estudos em Bioantropologia do Estado do Pará- GEB/UEPA e do Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente -UFPA.


WEB-PALESTRA 6

A resistência dos Povos Indígenas nas Amazônias: a pandemia e a luta pelo bem viver da Terra Mãe

Eliene Rodrigues Putira Sacuena [6]

Email: putirasacuena@gmail.com

 Resumo

Para o enfrentamento da infecção causada pelo novo coronavírus entre os povos indígenas na Amazônia e tendo em vista a vulnerabilidade social e epidemiológica dos povos indígenas, a SESAI, instituição responsável pela Saúde Indígena, criou protocolo chamado de Plano de Contingência Nacional. Cada Distrito Sanitário Especial Indígena elaborou conforme a sua realidade, entretanto, as lideranças indígenas somaram a luta contra COVID19 criando suas próprias barreiras sanitárias, isolamento e distanciamento dos centros urbanos. Nos territórios, o medo de uma desconhecida doença trazia angustias e tristezas com as perdas das grandes bibliotecas de ciências ancestrais que iam embora, porém, com a chegada da pandemia, retornaram severamente os quatros processos colonizadores no Brasil. Primeiramente, falar da religião em nossos territórios contra a vacinação, o Estado Brasileiro sendo omisso aos povos indígenas, a Ciência invisibilizando os conhecimentos ancestrais com a forma de tutelar outras ciências e, enfim, o capitalismo que adoece as pessoas e destrói o mundo, mas dentro dele estão os outros três processos de colonização. Com a pandemia, a Mãe Terra ficou em perigo, o racismo, etnocídio e o genocídio dos povos indígenas foi declarada no Brasil. A sociedade Brasileira está confortável acreditando que o peixe contaminado por mercúrio nos territórios indígenas pelo garimpo ilegal não chegará em suas mesas e que o desmatamento não trará consequências futuras. Precisamos discutir sobre Natureza/Humanidade, não dá para dividir o mundo, estamos atrelados pelas cosmologias indígenas e as epistemologias precisam ser respeitadas, a luta não é contra somente a COVID19, mas também pelos territórios sagrados que sustentam o mundo. Não podemos falar da Amazônia somente como bioma, nós, povos indígenas, fazemos parte desse grande círculo construído pelas minhas ancestrais que resistiram a invasão do Brasil.

Palavra Chave: Indígenas, Pandemia, Colonização, COVID-19.

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[6] Indígena mulher da etnia Baré. Graduada em biomedicina pela UFPA, mestra em Antropologia na Concentração em Bioantropologia em Genética Forense pelo Programa de Pós Graduação em Antropologia na UFPA e Doutoranda em Antropologia na Concentração em Bioantropologia em Genética Forense pela UFPA. É das Comissões de Ações Afirmativas e Ética na ABA representando a Articulação Brasileira de Indígenas Antropologes. Assessora da Associação dos Povos Indígenas Estudantes na UFPA e vice presidente da Liga Acadêmica de Saúde Indígena no Pará.


 WEB-PALESTRA 7

Evolução como conceito central para a Bioantropologia

Pedro T. Da-Glória [7]

E-mail: pedrodagloriaufpa@gmail.com

Resumo

O conceito de evolução é central para as pesquisas modernas em antropologia biológica. Nesta apresentação pretendo mostrar como a ideia de evolução têm tido múltiplos entendimentos dependendo da disciplina que a utiliza, do tópico pesquisado e dos seus referenciais teóricos. Três grandes debates em torno do conceito de evolução serão apresentados neste trabalho. Primeiro, no século XIX, há uma distinção, muitas vezes ignorada hoje nas ciências humanas, entre o evolucionismo social de Herbert Spencer e a teoria biológica de evolução de Charles Darwin. O segundo momento aqui analisado é a consolidação da Teoria Sintética de Evolução (TSE) na biologia entre as décadas de 1930 e 1950, colocando a genética de populações como área chave para a teoria evolutiva neodarwinista. Essa consolidação da TSE na biologia é acompanhada por um distanciamento do uso do conceito de evolução nas ciências humanas, especialmente no Brasil. Por fim, o terceiro momento se refere à emergência da Teoria Estendida de Evolução (TEE) na biologia. Essa teoria enfatiza o papel da construção do nicho, das múltiplas heranças e do desenvolvimento. A TEE abre possibilidade para uma discussão renovada sobre o papel do ambiente na evolução das espécies, especialmente para as discussões que envolvem a interface biologia e cultura.

Palavras-chave: Teoria evolutiva. Síntese biocultural. Construção de nicho.


[7] Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (2004), mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Genética) pela Universidade de São Paulo (2006) e doutorado em Antropologia - Ohio State University (2012). Realizou pós-doutorado no Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos na Universidade de São Paulo (2012 - 2018). Atualmente é professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará, membro do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará e Coordenador do Laboratório de Arqueologia Denise Pahl Schaan.


Web-Palestra 8

Uso de Isótopos Estáveis em Estudos Bioarqueológicos

Letícia Morgana Müller [8]

E-mail: leticiamorgana@yahoo.com.br

Resumo

O caráter multidisciplinar da arqueologia permite o diálogo com diferentes áreas científicas para a construção de conhecimento sobre o passado, e o uso de análises de isótopos estáveis é um exemplo destas aproximações realizadas com outras disciplinas. Desenvolvido na segunda metade do século passado, este método tem sido cada vez mais utilizado em estudos de paleodieta e de mobilidade dos grupos humanos em várias partes do mundo, embora ainda seja pouco aplicado no Brasil. Questões como migração, diferenças em dietas intra e inter grupos e osteobiografia são alguns exemplos de questões que podem ser respondidas, não somente para conhecimento de populações humanas, mas também de fauna. Além disso, isótopos estáveis também podem ser usados em estudos de nichos ecológicos, de ecologia de espécies e de efeitos de sazonalidade. Nesta apresentação são analisadas algumas das possibilidades de aplicação deste método em estudos bioarqueológicos e bioantropológicos utilizando exemplos de pesquisas realizadas em remanescentes arqueológicos no Brasil.

Palavras-chave: Isótopos estáveis. Paleodieta. Meio ambiente.

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[8] Bioarqueóloga, doutoranda no Programa de Pós Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará, pesquisadora da Scientia Consultoria Científica. Graduada em História (UDESC), possui especialização em Arqueologia e Práticas Interdisciplinares (URI-Erechim/RS) e mestrado em História com ênfase em estudo de cultura material (PUC/RS). Estuda práticas funerárias, paelodieta e aspectos de saúde e doença de populações do passado. 


Web-Palestra 9

O antropoceno e a necropolítica na Amazônia Brasileira


                                                                                                                            Ligia Amaral Filgueiras [9]

E-mail: ligiafilgueiras@gmail.com

Resumo

O Antropoceno é um termo polêmico criado em 2000 por Paul Crutzen e Eugene F. Stoemer, para representar as mudanças ambientais que o ser humano tem provocado ao planeta Terra, influenciando diretamente na vida das populações humanas. Refletir sobre a origem do Antropoceno e o que esperar do progresso humano e suas implicações ao ecossistema. É revisão integrativa de artigos da Revista Anthropocene, bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Google Scholar, no período de 2015 a 2021. Foram utilizados os descritores: “Anthropocene”, “Amazon”, “Brazil”, “Necropolitics”, associados aos operadores booleano “OR” e “AND”. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos completos; produzidos na realidade brasileira; publicados em língua portuguesa e inglesa; e os critérios de exclusão foram: resumos simples e expandidos, dissertações, teses e artigos de revisão. Desde o Holoceno, o ser humano vem provocando grandes extinção de espécies animais e vegetais, poluição dos corpos d’água, e, juntamente com a necropolítica ambiental, a sobrexploração de recursos naturais, a obsolescência programada, o discutível aquecimento global (pois ainda há pessoas politicamente motivadas a negá-lo), ao mesmo tempo que o capitalismo se reinventa para se manter em voga. Para as populações tradicionais amazônicas, destacamos os grandes projetos implantados desde a década de 50, a luta incessante pelo direito ao uso da terra e a vida, o combate aos crimes socioambientais, a insegurança alimentar, e a ausência de saúde e educação de qualidade. Atualmente, há a discussão sobre a inserção do ecocídio nas leis internacionais. Se ações efetivas não forem tomadas pelos agentes públicos, condições inviáveis serão comuns em muitas partes do mundo. Por fim, abrimos caminho para o debate de agendas de pesquisas e fomento de políticas públicas a fim de discutir alternativas para a população e o meio ambiente amazônico.

Palavras-Chave: Mudanças Climáticas. Populações Tradicionais. Ecocídio.



[9] Graduação em Licenciatura Plena em Biologia, Universidade Federal do Pará (UFPA) (1998), Mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (BADPI) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) (2002), Doutorado em Antropologia, Área de Concentração Bioantropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora Efetiva da SEDUC-PA (Ensino Médio) e Professora Assistente IV (40 horas) da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

 

Agradecemos a quem puder compartilhar a nossa postagem e ajudar na divulgação do evento.

Amanhã iremos postar a Web-Palestra 2.

Aguardamos os seus comentários e perguntas!

Abraços a tod@s e um ótimo evento!

Coordenação do GEB/UEPA


Para acompanhar a divulgação do evento, seguem os links de nossas redes sociais:

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sábado, 21 de agosto de 2021

Web-Palestras do IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – 2021: As Inscrições continuam ABERTAS!

 Prezad@s seguidores e visitantes: saudações a todas/as/es!

Socializamos os primeiros conteúdos-resumos de nossos palestrantes do IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – Edição Especial 2021 com seus respectivos mini-currículos e contatos científicos.

Lembrando sempre que  as INSCRIÇÕES CONTINUAM ABERTAS e podem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/28hD52StQErnZpsNA

As postagens dos vídeos completos serão realizadas a partir do dia 23 de agosto de 2021 em nosso Canal do GEB/UEPA do You Tube para que os inscritos e público em geral tenham acesso livre a qualquer momento do dia, no link: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A

Seguem abaixo os temas das palestras, os resumos, as palavras-chave e os mini-currículos dos palestrantes em vídeos de animação para que possamos conhecê-l@s melhor.

WEB-PALESTRA 1: 

O homem dragão: fatores ambientais como influentes na formação morfológica craniana

Santiago Wolnei Ferreira Guimarães[1]

E-mail: santiago.wolnei@gmail.com

Resumo

Recentemente a pesquisa paleoantropológica trouxe à tona a descoberta do “Homem dragão”, um espécime humano que viveu no Leste Asiático, especificamente no norte da China, há pelo menos 146.000 anos atrás. O espécime, que se trata de um crânio quase completo encontrado em 1933 durante a construção de uma ponte, chamou a atenção dos cientistas apenas atualmente. Muitas interpretações têm sido dadas para o Homem dragão, principalmente as que indicam uma maior proximidade do mesmo para com o Homo sapiens, quando comparado com o Homo neandertal, o que não seria esperado. Mas, de modo geral, grande parte das ideias apresentadas são usadas para localizar o fóssil como mais um distinto primo do Homo sapiens, ao lado de outras subespécies, ao invés de considerarem também a possibilidade de o mesmo fazer parte de uma diversidade morfológica intergrupal da nossa espécie. Diante tal problemática, propomos discutir brevemente algumas das recentes descobertas dos estudos sobre o crânio e sua relação com os fatores de desenvolvimento externos, como uma forma de entendimento alternativo para o Homem dragão. Busca-se, desse modo, reiterar a importância da influência das pressões ambientais (forças neutras) como modos que promovem microevoluções e, consequentemente, desenvolvimentos diferenciais nos fenótipos do crânio, mesmo considerando a herdabilidade. Por fim, pretende-se trazer à reflexão a importância do meio ambiente para a adaptabilidade humana, para além dos padrões geneticamente herdados, não apenas entre grupos existentes há milênios de anos atrás, mas também, e principalmente atuais, como os grupos étnicos na Amazônia.

Palavras-chave: Homem dragão. Craniometria. Adaptação. Influência ambiental. Fenótipo.

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[1] Doutor em Antropologia/Bioantropologia pela Universidade Federal do Pará (UEPA/PPGA). Mestre em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre – consórcio pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) e Universitat de Tarragona (Espanha). Graduação em Geografia (UnB). Docente da Secretaria de Educação do Distrito Federal, e Arqueólogo no Comitê Pró-Brumadinho, IEPHA-MG, atuou também como Técnico Arqueólogo pelo Centro Nacional de Arqueologia – IPHAN, e Museu Nacional-RJ (projeto de resgate de peças ocasionado pelo incêndio).


WEB-PALESTRA 2:

Devastação Ambiental, Mudanças Climáticas e a Emergência de Novas Pandemias no Século XXI

Hilton P. Silva[2]

E-mail: hdasilva@ufpa.br

Resumo

O Antropoceno se caracteriza como o período no qual os seres humanos, uma espécie muito recente, tiveram um enorme impacto planetário, capaz de influenciar mudanças climáticas globais, causar devastação ambiental sem precedentes, extinções em massa e a emergência de patógenos altamente contagiosos e letais. Alguns locais do planeta, como a região amazônica, as florestas africanas e do sudeste asiático, contém grande biodiversidade e socio diversidade, mas a Amazônia Brasileira, ainda amplamente desconhecida, se destaca pela diversidade de biomas, de espécies, de povos e de línguas, mas também pelos graves danos e rápida destruição que tem sofrido por ação antrópica no período pós-colonial. Nossa região é ocupada há cerca de 11 mil anos por grandes grupos populacionais, que desenvolveram mecanismos adaptativos fazendo uso sustentável dos recursos naturais e ainda hoje contribuem para a proteção do meio ambiente. No entanto, o processo de ocupação da região, sobretudo nas últimas cinco décadas, se caracterizou pelo aumento exponencial da destruição da socio biodiversidade, contribuído para os câmbios ambientais no planeta e, como consequência, o surgimento de novas doenças humanas e animais, como SARS, MERS, Zika, Ebola, H1N1, H5N1, em diversas partes do mundo, cujo controle tem se mostrado difícil. Como única espécie capaz de influenciar todos os ecossistemas, há necessidade de o Homo sapiens repensar suas ações enquanto ainda há tempo de evitar sua própria extinção.  

Palavras-chave: Extinção. Biodiversidade. Amazônia. Adaptação.


[2] Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA); Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Sociedade na Amazônia (PPGSAS), Universidade Federal do Pará (UFPA); Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente (LEBIOS/CNPq); Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Universidade de Brasília (CEAM/UNB); Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Universidade de Coimbra (CIAS/UC).

 

WEB PALESTRA 3:

Região Amazônica em Alerta Biológico: Riscos Associados a Determinantes Sociais da Saúde, Antipolítica Ambiental e Sindemia da Covid-19 no Estado do Pará na Atualidade.

Ariana Kelly L S da Silva[3]

Fiona Felker[4]

E-mail: arianabelem@gmail.com

Resumo

Nos últimos dois anos a Região Amazônica tem enfrentado variados riscos associados a Determinantes Sociais da Saúde (DSS), à antipolítica ambiental do Governo Federal e ao agravamento da Covid-19, principalmente, no Estado do Pará, que notificou grandes retrocessos sanitários, perdas de extensas áreas de biomas de floresta nativa e acelerado crescimento de contágios e óbitos pelo novo vírus da SARS-Cov-2, com o abrupto avanço da sindemia entre os anos de 2020 e 2021. Objetivando problematizar as situações indicadas, realizamos levantamentos estatísticos em artigos, livros, sites privados e de órgãos oficiais do Brasil sobre DSS na Amazônia, áreas ambientais degradadas e indicadores sociais sobre COVID-19 de populações vulneráveis no Pará. Os dados utilizados indicaram que o Estado do Pará continua entre os mais afetados da Região Norte em relação aos DSS, sendo Belém a 5ª cidade mais vulnerável do país em relação à renda, com acesso precário a atendimentos de urgência e emergência no serviço público de saúde durante a sindemia. No interior do Pará, em Marabá, 36% da população está no setor informal, com 41% vivendo na pobreza. Em regiões ribeirinhas e insulares sem transporte regular, o acesso a vacinas anti-Cov-2 é escasso, além do aumento do desemprego e da extrema pobreza. Os índices de desmatamentos, queimadas e degradações ambientais irreversíveis cresceram quase 40% em 2019 no Pará, com áreas clandestinas de garimpos e criações de gados em terras indígenas, quilombolas e privadas, em decorrência da precária desestabilização de instituições ambientais reguladoras, sem fiscalização, desfavorecendo as minorias políticas locais, demonstrando o grande alerta biológico de se viver na Região Amazônica nos dias atuais. O investimento em políticas públicas de proteção social, da saúde, da economia e a cobertura vacinal são ações emergenciais que precisam ser adotadas em caráter de urgência para que os riscos biológicos sejam mitigados em definitivo.

Palavras-chave: Risco biológico. Sindemia. SARS-Cov-2. Amazônia.


[3] Doutora em Antropologia/Bioantropologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA/PPGA). Estágio Sanduíche na University of South Florida (USF/Tampa/EUA) no Applied Biocultural Laboratories, Social Science Building. Mestre em Antropologia/Bioantropologia (UFPA/PPGA). Especialista em Sociologia e Educação Ambiental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Graduada em Ciências Sociais (UFPA). Atualmente exerce as funções de Docente da Universidade do Estado do Pará (UEPA/CCSE), Docente da Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC/PA) e Vice-Líder do Grupo de Estudos em Bioantropologia do Estado do Pará – UEPA (GEB-PARÁ/UEPA).

[4] Mestre em Defesa Biológica pela George Mason University (GMU), com foco em patógenos já existentes. Estagiou no Escritório de Preparação para Emergências do Departamento de Saúde do Condado de Fairfax e tem certificado de pós-graduação pela Faculdade de Saúde Pública.  Está atualmente cursando o Doutorado em Antropologia Médica na Faculdade de Artes e Ciência da University of South Florida (USF), USA.


WEB-PALESTRA 4:

Métodos Quantitativos Aplicados à Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças na Comunidade Remanescente Quilombola Mangueiras

Edson Marcos Leal Soares Ramos[5]

 

E-mail: ramosedson@gmail.com   

Resumo

 

As comunidades remanescentes de quilombo são grupos populacionais que possuem ancestralidade negra, características étnicas raciais fundamentadas nas relações com a terra, prática cultural própria, parentesco e território. E neste contexto, ao se levar em consideração a transição nutricional para o âmbito rural, mais particularmente para as comunidades quilombolas, percebe-se a presença marcante de outros fatores, como a prática de atividade física e a preferência por alimentos de acesso relativamente fácil, como o peixe, frutas e hortaliças, tendo como base a disponibilidade de recursos para a sua sobrevivência. Mostra como os métodos quantitativos foram aplicados à promoção da saúde e prevenção de doenças na comunidade remanescente quilombola Mangueiras. Trata-se de um estudo observacional, transversal, de base populacional. A população de estudo é constituída de crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos, que residem na comunidade remanescente de Quilombo Mangueiras, do município de Salvaterra, na Ilha do Marajó, Pará. A amostra foi obtida pela técnica de amostragem não probabilística por conveniência. Os dados foram coletados por meio de um questionário de pesquisa que continha perguntas referentes aos dados pessoais, condições sociais, aspectos relacionados à saúde, bem como a avaliação bioquímica, a antropometria e o consumo alimentar, por meio do questionário de frequência alimentar semi quantitativo e recordatório de 24 horas. A técnica estatística utilizada foi a análise exploratória de dados. Observou-se que a maioria dos moradores da comunidade remanescentes do quilombo é casada e com idade média de 45 anos. Possuindo a maioria ensino fundamental incompleto e exercendo a profissão de pescador, com renda individual predominante inferior a um salário mínimo. A maioria das casas possui água encanada, sendo a maior parte de madeira. A maioria relatou não ter fumantes na residência, avaliaram o seu estado de saúde como regular e praticam algum tipo de atividade física. A maior parte dos moradores não apresentam riscos com relação à circunferência da cintura, 33,33% apresentam risco aumentado e 31,48%, aumentando substancialmente. Riscos com relação à circunferência da cintura é uma realidade presente nas comunidades remanescente de quilombo e promover a saúde e prevenção de doenças nessas comunidades é um direito humano, principalmente no que se refere a ter uma alimentação adequada.  


Palavras chaves: Análise exploratória de dados. Transição nutricional. Estado de saúde.


[5] Bacharel em Estatística pela Universidade Federal do Pará (1994), mestre em Estatística pela Universidade Federal de Pernambuco (1999) e Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003). É professor Titular Universidade Federal do Pará e Professor do Programa de Pós-Graduação em Segurança Pública. É Conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. É professor colaborador da Universidade de Cabo Verde no mestrado de Segurança Pública.


Em breve iremos postar as informações sobre os demais palestrantes!

Agradecemos a quem puder compartilhar.

Abraços e um ótimo final de semana!

Coordenação do GEB/UEPA




segunda-feira, 16 de agosto de 2021

IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA 2021 - Regras de Acesso aos Vídeos

Regras de acesso aos vídeos do IV Seminário do GEB/UEPA 2021 – Edição Especial 

Prezados participantes, estamos muito felizes em tê-l@s conosco em nosso IV Seminário do GEB/UEPA 2021 – Edição Especial – Tema: "Bioantropologia, Mudanças Climáticas e Ambientais: Adversidades e Soluções para a Amazônia no Contexto da Pandemia", é realmente uma grande alegria compartilhar com vocês as nossas novidades científicas.

    Em 2021, vamos fazer um evento diferente, com 10 vídeos que serão disponibilizados com até 1 mês de antecedência do dia de nosso encontro ao vivo, que será no dia 30 de setembro de 2021, de 08h00 às 12h00, momento em que os palestrantes irão responder as perguntas no chat de nosso Canal do GEB/UEPA no You Tube. Para tanto, precisamos informar algumas regrinhas que devemos cumprir, a qualquer tempo, a partir da postagem dos vídeos, como seguem:

1.     1Até o dia da live, é importante assistir, pelo menos, 80% dos vídeos-palestras postados com antecedência para receber o certificado do evento com carga horária total de 08 horas. Para acessar, basta seguir as postagens em nosso Canal do GEB/UEPA no You Tube, link: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A. Os vídeos também serão disponibilizados por e-mail e em nossas redes sociais.

2.     2.  Em todos os vídeos assistidos, que serão publicados/postados a partir da segunda semana de agosto, os participantes deverão assinar a lista de frequência, que estará disponível nas descrições de cada vídeo.

3.  3. Vocês irão receber formulários do Google Meet por e-mail para preencher: o nome completo, ocupação/profissão e para enviar uma pergunta referente ao vídeo assistido, que será respondida pelos palestrantes de forma remota e/ou no dia das lives. Os participantes também poderão fazer perguntas aos palestrantes pelo chat do YouTube no momento em que estiverem acontecendo as lives no dia 30/09/2021.

4.      4. É relevante fazer ao menos uma pergunta entre os 10 vídeos assistidos para constar a participação, mas se quiserem fazer perguntas para todos os palestrantes nos 10 vídeos, fiquem à vontade.

 5.   No dia 30 de setembro, de 08h00 às 10h00 e de 10h00 às 12h00, na hora das respectivas lives, todos os participantes devem assinar as frequências, a fim de complementar o ciclo da carga horária mínima exigida.

IMPORTANTE: 

Os vídeos poderão ser acessados a partir do dia 23 de agosto de 2021 em nosso Canal do GEB/UEPA no You Tube.  

No mais, queremos que aproveitem o nosso evento interativo da maneira mais tranquila possível, no tempo que considerarem apropriado para ter acesso aos conteúdos das palestras, para que possamos nos encontrar no momento ao vivo, pelo chat.

Qualquer dúvida, basta enviar um e-mail para a Comissão Organizadora: bioantropologia.pa@gmail.com que iremos responder.

Para acompanhar a divulgação do evento, seguem os links de nossas redes sociais:

·       Fanpage: https://www.facebook.com/bioantropologia.pa/

·       Blog Científico: http://bioantropologiadopara.blogspot.com/

·       Instagram: https://www.instagram.com/bioantropologia.pa/

·       Canal do GEB/UEPA no You Tube: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A

Link para inscrições:  https://forms.gle/28hD52StQErnZpsNA

Agradecemos muito a quem puder compartilhar e ajudar na divulgação.

Desde já desejamos a vocês um excelente seminário!

Atenciosamente,

Coordenação do GEB/UEPA


domingo, 1 de agosto de 2021

IV Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA recebe inscrições (ASCOM/UEPA)

 IV Seminário de Bioantropologia recebe inscrições (Repostagem)

Por Rebeca Costa, 26/07/2021

Professoras Lígia Filgueiras (à esquerda) e Ariana Kelly da Silva, respectivamente, líder e vice-líder do GEB, coordenam o IV Seminário de Bioantropologia.

    Estão abertas as inscrições on-line e gratuitas para o IV Seminário de Bioantropologia, realizado pelo Grupo de Pesquisa e Estudos em Bioantropologia (GEB) da Universidade do Estado do Pará (Uepa). A quarta edição do evento tem como tema Bioantropologia, Mudanças Climáticas e Ambientais: Adversidades e Soluções para a Amazônia no Contexto da Pandemia e será transmitido pelo canal do GEB na plataforma YouTube, no dia 30 de setembro.

    O seminário terá duas lives, uma de 8h às 10h e outra de 10h às 12h, com cinco convidados em cada horário. Essa edição especial do evento será aberta ao público, mas quem quiser receber o certificado de oito horas de participação, deverá pagar uma taxa de R$10,00. Entre os temas a serem discutidas, estão questões sobre mudanças climáticas, desmatamento no Pará e na Amazônia, antropologia forense, saúde e doença de populações vulneráveis, indígenas e ribeirinhas. De acordo com a organização do seminário, o público esperado inclui diversos níveis de formação, desde estudantes do Ensino Médio até pós-graduandos, além de professores e demais profissionais das diversas áreas do conhecimento e de pessoas em geral, que tenham interesse pelos assuntos abordados. 

    A professora Ariana da Silva, integrante do GEB e da coordenação do seminário, explica que “os estudos sobre Bioantropologia são essenciais por serem uma nova área de pesquisa na Amazônia”. Sobre a temática desta quarta edição, ela afirma que “a sociedade brasileira tem enfrentado muitas dificuldades no cenário político atual, neste contexto da pandemia de COVID-19, assim como na questão da devastação acelerada dos nossos biomas e, de forma peculiar, na região Norte ou amazônica, situação que precisa ser debatida em caráter de urgência”. 

    Populações vulneráveis

    Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a pandemia da Covid-19 é a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial. Nesse contexto, uma das abordagens durante o seminário discutirá que a pandemia do novo coronavírus não atinge todas as pessoas da mesma maneira. Professor Hilton Pereira da Silva, coordenador do Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente (LEBIOS), um dos palestrantes convidados, vai explicar como e por que razão as populações vulneráveis, por questões sociais, econômicas e políticas, bem como os grupos indígenas, quilombolas, a população de rua, os encarcerados, as pessoas LGBTQIA+ e os imigrantes estão mais propícias a sofrerem com os impactos da crise de maneira mais acentuada.

    Segundo o professor Hilton, “os grupos mais vulnerabilizados já são afetados por diversas doenças e a pandemia é um fator agravante que precisa de atenção especial  para que elas não continuem a sofrer desproporcionalmente os resultados das iniquidades sociais. Ele explica como o assunto será tratado na programação do seminário: “usaremos abordagens científicas para entender como as questões sociais, econômicas e históricas, que originaram esses grupos impactam na sua saúde até hoje. Este seminário pretende mostrar como a Bioantropologia lida com diversos problemas, buscando apresentar respostas cientificamente válidas para a população". 

Serviço

IV Seminário de Bioantropologia do GEB – Edição Especial On-line

Data: 30 de setembro de 2021

Link do Canal do GEB/UEPA no You Tube: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A/featured

Live: 08h00 às 12h00

Certificado: 08 horas.

Redes sociais do evento para acompanhar as atualizações:

Blog Científico: http://bioantropologiadopara.blogspot.com/

Instagram: https://www.instagram.com/bioantropologia.pa/

Canal do GEB/UEPA no You Tube: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A/featured

Matéria original do link: https://www.uepa.br/pt-br/noticias/iv-semin%C3%A1rio-de-bioantropologia-recebe-inscri%C3%A7%C3%B5es

Texto e foto: Rebeca Costa (Ascom Uepa)

 Organização - Coordenação do GEB/UEPA 2021