Querid@s seguidores e visitantes: saudações a todas/as/es!
Socializamos os demais conteúdos-resumos de nossos palestrantes do IV
Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – Edição Especial 2021 com seus respectivos mini currículos e contatos científicos.
As INSCRIÇÕES
CONTINUAM ABERTAS e podem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/28hD52StQErnZpsNA
A primeira Web-Palestra com o vídeo completo já está em nosso Canal do GEB/UEPA do You Tube para que os
inscritos e o público em geral tenham acesso livre a qualquer momento do dia,
no link: https://www.youtube.com/watch?v=8JwOfvfBYbM
ou ainda pelo link: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A
Seguem abaixo os temas das palestras, os resumos,
as palavras-chave e os mini-currículos dos palestrantes em vídeos de animação
para que possamos conhecê-l@s melhor.
WEB-PALESTRA 5:
Cenário
da Antropologia Forense no Brasil e suas Contribuições para a Garantia de Direitos Humanos
Mariluzio Moreira [5]
E-mail: mariluzio.araujo@ifpa.edu.br
Resumo
A
Antropologia Forense (AF) é um campo pericial que nasce a partir da
Antropologia Física. É um dos campos de interface entre as ciências forenses e
a antropologia, que atua diretamente no esclarecimento de atos delituosos em
que a vítima não pode ser identificada pelos meios fisionômicos. Sua definição
tem evoluído bastante e, se antes era vista apenas como técnica para
identificação humana, atualmente tem sido convocada para esclarecer
circunstâncias de violência e de violação de direitos humanos. Cada vez mais,
antropólogos forenses têm sido chamados para analisar restos humanos não
esqueletizados e corpos carbonizados ou em avançado estado de decomposição, em
variadas situações, bem como para realizar a identificação de indivíduos vivos
indocumentados em diversos contextos. No Brasil a AF é
responsabilidade exclusiva do Estado e tem experimentado um grande
desenvolvimento nos últimos anos, principalmente a partir dos trabalhos
desenvolvidos na “Vala de Perus” e no caso da “Guerrilha do Araguaia”, casos esses
de severas violações aos direitos humanos, praticados contra militantes
perseguidos e executados pelo regime militar no Brasil entre as décadas de 60 e
70. Esses trabalhos serviram não somente para identificar os restos mortais
dessas vítimas como também trouxeram justiça a seus familiares que puderam
inumar seus mortos. Brumadinho é o caso mais recente, onde a atuação de
antropólogos forenses foi determinante para a identificação das vítimas. 41,67%
dos departamentos de AF no Brasil são compostos apenas por médicos enquanto 25%
possuem por odontólogos, todavia, 33,33% dos departamentos possuem os dois
profissionais. Esse têm sido o perfil
profissional da área no Brasil, diferentemente da Europa e dos EUA onde outros
perfis profissionais atuam na área como biólogos, antropólogos de formação,
arqueólogos entre outros. Isso não significa que outros profissionais não
possam atuar na área, uma vez que não há legislação especifica, bastando ser
perito oficial.
Palavras Chaves: Antropologia Forense, Violência, Criminalidade, Direitos Humanos.
A
resistência dos Povos Indígenas nas Amazônias: a pandemia e a luta pelo bem
viver da Terra Mãe
Eliene Rodrigues Putira Sacuena [6]
Email: putirasacuena@gmail.com
Resumo
Para o enfrentamento da infecção causada pelo novo coronavírus entre os povos indígenas na Amazônia e tendo em vista a vulnerabilidade social e epidemiológica dos povos indígenas, a SESAI, instituição responsável pela Saúde Indígena, criou protocolo chamado de Plano de Contingência Nacional. Cada Distrito Sanitário Especial Indígena elaborou conforme a sua realidade, entretanto, as lideranças indígenas somaram a luta contra COVID19 criando suas próprias barreiras sanitárias, isolamento e distanciamento dos centros urbanos. Nos territórios, o medo de uma desconhecida doença trazia angustias e tristezas com as perdas das grandes bibliotecas de ciências ancestrais que iam embora, porém, com a chegada da pandemia, retornaram severamente os quatros processos colonizadores no Brasil. Primeiramente, falar da religião em nossos territórios contra a vacinação, o Estado Brasileiro sendo omisso aos povos indígenas, a Ciência invisibilizando os conhecimentos ancestrais com a forma de tutelar outras ciências e, enfim, o capitalismo que adoece as pessoas e destrói o mundo, mas dentro dele estão os outros três processos de colonização. Com a pandemia, a Mãe Terra ficou em perigo, o racismo, etnocídio e o genocídio dos povos indígenas foi declarada no Brasil. A sociedade Brasileira está confortável acreditando que o peixe contaminado por mercúrio nos territórios indígenas pelo garimpo ilegal não chegará em suas mesas e que o desmatamento não trará consequências futuras. Precisamos discutir sobre Natureza/Humanidade, não dá para dividir o mundo, estamos atrelados pelas cosmologias indígenas e as epistemologias precisam ser respeitadas, a luta não é contra somente a COVID19, mas também pelos territórios sagrados que sustentam o mundo. Não podemos falar da Amazônia somente como bioma, nós, povos indígenas, fazemos parte desse grande círculo construído pelas minhas ancestrais que resistiram a invasão do Brasil.
Palavra Chave: Indígenas, Pandemia, Colonização, COVID-19.
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[6] Indígena mulher da
etnia Baré. Graduada em biomedicina pela UFPA, mestra em Antropologia na
Concentração em Bioantropologia em Genética Forense pelo Programa de Pós
Graduação em Antropologia na UFPA e Doutoranda em Antropologia na Concentração
em Bioantropologia em Genética Forense pela UFPA. É das Comissões de Ações
Afirmativas e Ética na ABA representando a Articulação Brasileira de Indígenas
Antropologes. Assessora da Associação dos Povos Indígenas Estudantes na UFPA e
vice presidente da Liga Acadêmica de Saúde Indígena no Pará.
Evolução como
conceito central para a Bioantropologia
Pedro
T. Da-Glória [7]
E-mail: pedrodagloriaufpa@gmail.com
Resumo
O conceito de evolução é
central para as pesquisas modernas em antropologia biológica. Nesta
apresentação pretendo mostrar como a ideia de evolução têm tido múltiplos
entendimentos dependendo da disciplina que a utiliza, do tópico pesquisado e
dos seus referenciais teóricos. Três grandes debates em torno do conceito de
evolução serão apresentados neste trabalho. Primeiro, no século XIX, há uma
distinção, muitas vezes ignorada hoje nas ciências humanas, entre o
evolucionismo social de Herbert Spencer e a teoria biológica de evolução de
Charles Darwin. O segundo momento aqui analisado é a consolidação da Teoria
Sintética de Evolução (TSE) na biologia entre as décadas de 1930 e 1950,
colocando a genética de populações como área chave para a teoria evolutiva
neodarwinista. Essa consolidação da TSE na biologia é acompanhada por um
distanciamento do uso do conceito de evolução nas ciências humanas,
especialmente no Brasil. Por fim, o terceiro momento se refere à emergência da
Teoria Estendida de Evolução (TEE) na biologia. Essa teoria enfatiza o papel da
construção do nicho, das múltiplas heranças e do desenvolvimento. A TEE abre
possibilidade para uma discussão renovada sobre o papel do ambiente na evolução
das espécies, especialmente para as discussões que envolvem a interface
biologia e cultura.
Palavras-chave: Teoria evolutiva. Síntese biocultural. Construção de nicho.
[7] Graduação em Ciências Biológicas pela
Universidade de São Paulo (2004), mestrado em Ciências Biológicas (Biologia
Genética) pela Universidade de São Paulo (2006) e doutorado em Antropologia -
Ohio State University (2012). Realizou pós-doutorado no Laboratório de Estudos
Evolutivos Humanos na Universidade de São Paulo (2012 - 2018). Atualmente é
professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal
do Pará, membro do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade
Federal do Pará e Coordenador do Laboratório de Arqueologia Denise Pahl Schaan.
Web-Palestra 8
Uso de Isótopos
Estáveis em Estudos Bioarqueológicos
Letícia Morgana
Müller [8]
E-mail: leticiamorgana@yahoo.com.br
Resumo
O caráter
multidisciplinar da arqueologia permite o diálogo com diferentes áreas
científicas para a construção de conhecimento sobre o passado, e o uso de
análises de isótopos estáveis é um exemplo destas aproximações realizadas com
outras disciplinas. Desenvolvido na segunda metade do século passado, este
método tem sido cada vez mais utilizado em estudos de paleodieta e de
mobilidade dos grupos humanos em várias partes do mundo, embora ainda seja
pouco aplicado no Brasil. Questões como migração, diferenças em dietas intra e
inter grupos e osteobiografia são alguns exemplos de questões que podem ser
respondidas, não somente para conhecimento de populações humanas, mas também de
fauna. Além disso, isótopos estáveis também podem ser usados em estudos de nichos
ecológicos, de ecologia de espécies e de efeitos de sazonalidade. Nesta
apresentação são analisadas algumas das possibilidades de aplicação deste
método em estudos bioarqueológicos e bioantropológicos utilizando exemplos de
pesquisas realizadas em remanescentes arqueológicos no Brasil.
Palavras-chave: Isótopos estáveis. Paleodieta. Meio ambiente.
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[8] Bioarqueóloga, doutoranda no
Programa de Pós Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará,
pesquisadora da Scientia Consultoria Científica. Graduada em História (UDESC),
possui especialização em Arqueologia e Práticas Interdisciplinares
(URI-Erechim/RS) e mestrado em História com ênfase em estudo de cultura
material (PUC/RS). Estuda práticas funerárias, paelodieta e aspectos de saúde e
doença de populações do passado.
Web-Palestra 9
O antropoceno e a necropolítica na Amazônia Brasileira
E-mail: ligiafilgueiras@gmail.com
Resumo
O Antropoceno é um termo polêmico criado em 2000 por Paul Crutzen e Eugene F. Stoemer, para representar as mudanças ambientais que o ser humano tem provocado ao planeta Terra, influenciando diretamente na vida das populações humanas. Refletir sobre a origem do Antropoceno e o que esperar do progresso humano e suas implicações ao ecossistema. É revisão integrativa de artigos da Revista Anthropocene, bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Google Scholar, no período de 2015 a 2021. Foram utilizados os descritores: “Anthropocene”, “Amazon”, “Brazil”, “Necropolitics”, associados aos operadores booleano “OR” e “AND”. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos completos; produzidos na realidade brasileira; publicados em língua portuguesa e inglesa; e os critérios de exclusão foram: resumos simples e expandidos, dissertações, teses e artigos de revisão. Desde o Holoceno, o ser humano vem provocando grandes extinção de espécies animais e vegetais, poluição dos corpos d’água, e, juntamente com a necropolítica ambiental, a sobrexploração de recursos naturais, a obsolescência programada, o discutível aquecimento global (pois ainda há pessoas politicamente motivadas a negá-lo), ao mesmo tempo que o capitalismo se reinventa para se manter em voga. Para as populações tradicionais amazônicas, destacamos os grandes projetos implantados desde a década de 50, a luta incessante pelo direito ao uso da terra e a vida, o combate aos crimes socioambientais, a insegurança alimentar, e a ausência de saúde e educação de qualidade. Atualmente, há a discussão sobre a inserção do ecocídio nas leis internacionais. Se ações efetivas não forem tomadas pelos agentes públicos, condições inviáveis serão comuns em muitas partes do mundo. Por fim, abrimos caminho para o debate de agendas de pesquisas e fomento de políticas públicas a fim de discutir alternativas para a população e o meio ambiente amazônico.
Palavras-Chave: Mudanças Climáticas. Populações Tradicionais. Ecocídio.
[9] Graduação em Licenciatura Plena em Biologia,
Universidade Federal do Pará (UFPA) (1998), Mestrado em Biologia de Água Doce e
Pesca Interior (BADPI) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
(2002), Doutorado em Antropologia, Área de Concentração Bioantropologia,
Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas (IFCH), Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora
Efetiva da SEDUC-PA (Ensino Médio) e Professora Assistente IV (40 horas) da
Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Amanhã iremos postar a Web-Palestra 2.
Aguardamos os seus comentários e perguntas!
Abraços a tod@s e um ótimo evento!
Coordenação do GEB/UEPA
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