V Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA |
Inscrições para o V Seminário do GEB UEPA:
https://forms.gle/a2rD4ttNk4ogMa9n6
Inscrições para o Minicurso de Antropologia Forense: ttps://forms.gle/puq55vzutGAm4rAN7
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Simultaneous
occurrence of Dengue and Covid-19 cases in Belém, Pará, Brazil: Epidemiological
and socio-ecological challenges in a large Amazonian city during pandemic times
Silva¹, Ariana Kelly L S; Silva², Hilton P; Felker³, Fiona; Madrigal⁴,
Lorena; Filgueiras5, Ligia A
¹ 5 State University of Pará – UEPA (Brazil)
² Federal University of Pará – UFPA (Brazil)
³ ⁴ University of South Florida – USF (USA)
Email: arianabelem@gmail.com
Abstract
From January to
August 2021, the city of Belém, capital of the State of Pará, Amazonia, Brazil,
recorded almost 2,000 cases of dengue in the middle of the COVID-19 pandemic
period, increasing the severity of the socio-ecological situation with regard
to dengue comorbidity -SARS-CoV-2, which can increase mortality in the city.
The survey was carried out with secondary data collected from the official
websites of the Municipal Health Department and the State Coordination of
Arboviruses and other official sources. The advance of notifications, deaths
and hospital admissions caused by COVID-19 and the slow vaccination has
hampered the record of health indicators of relevant endemic diseases, such as
dengue, which is easy to proliferate in the North Region due to high rainfall
and air humidity, favorable climatic characteristics for the Aedes aegypt
mosquito, which is also a vector of Zika virus and chikungunya. The long
periods of lockdown and social distancing experienced in Belém saved lives in
relation to COVID-19, on the other hand, made the home visits of health
professionals who are responsible for the control, collection of insects and
guidance on dengue in loco difficult. The alarming number of confirmed tests in
2021 could lead to an increase in clinical complications in people with
comorbidities, especially among those over 65 years old, and also, among
children, with weakened immune systems, which can cause an increase in preventable
deaths in health systems. The epidemiological impacts of the dengue-SARS-CoV-2
combination in the Amazon still need to be further investigated.
Keywords: Dengue.
Pandemic. Amazon. Belém. Sars-Cov-2.
Querid@s seguidores e visitantes: saudações a todas/as/es!
Socializamos os demais conteúdos-resumos de nossos palestrantes do IV
Seminário de Bioantropologia do GEB/UEPA – Edição Especial 2021 com seus respectivos mini currículos e contatos científicos.
As INSCRIÇÕES
CONTINUAM ABERTAS e podem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/28hD52StQErnZpsNA
A primeira Web-Palestra com o vídeo completo já está em nosso Canal do GEB/UEPA do You Tube para que os
inscritos e o público em geral tenham acesso livre a qualquer momento do dia,
no link: https://www.youtube.com/watch?v=8JwOfvfBYbM
ou ainda pelo link: https://www.youtube.com/channel/UCNmCLfVk4pa9B_Sr7Sghz7A
Seguem abaixo os temas das palestras, os resumos,
as palavras-chave e os mini-currículos dos palestrantes em vídeos de animação
para que possamos conhecê-l@s melhor.
WEB-PALESTRA 5:
Cenário
da Antropologia Forense no Brasil e suas Contribuições para a Garantia de Direitos Humanos
Mariluzio Moreira [5]
E-mail: mariluzio.araujo@ifpa.edu.br
Resumo
A
Antropologia Forense (AF) é um campo pericial que nasce a partir da
Antropologia Física. É um dos campos de interface entre as ciências forenses e
a antropologia, que atua diretamente no esclarecimento de atos delituosos em
que a vítima não pode ser identificada pelos meios fisionômicos. Sua definição
tem evoluído bastante e, se antes era vista apenas como técnica para
identificação humana, atualmente tem sido convocada para esclarecer
circunstâncias de violência e de violação de direitos humanos. Cada vez mais,
antropólogos forenses têm sido chamados para analisar restos humanos não
esqueletizados e corpos carbonizados ou em avançado estado de decomposição, em
variadas situações, bem como para realizar a identificação de indivíduos vivos
indocumentados em diversos contextos. No Brasil a AF é
responsabilidade exclusiva do Estado e tem experimentado um grande
desenvolvimento nos últimos anos, principalmente a partir dos trabalhos
desenvolvidos na “Vala de Perus” e no caso da “Guerrilha do Araguaia”, casos esses
de severas violações aos direitos humanos, praticados contra militantes
perseguidos e executados pelo regime militar no Brasil entre as décadas de 60 e
70. Esses trabalhos serviram não somente para identificar os restos mortais
dessas vítimas como também trouxeram justiça a seus familiares que puderam
inumar seus mortos. Brumadinho é o caso mais recente, onde a atuação de
antropólogos forenses foi determinante para a identificação das vítimas. 41,67%
dos departamentos de AF no Brasil são compostos apenas por médicos enquanto 25%
possuem por odontólogos, todavia, 33,33% dos departamentos possuem os dois
profissionais. Esse têm sido o perfil
profissional da área no Brasil, diferentemente da Europa e dos EUA onde outros
perfis profissionais atuam na área como biólogos, antropólogos de formação,
arqueólogos entre outros. Isso não significa que outros profissionais não
possam atuar na área, uma vez que não há legislação especifica, bastando ser
perito oficial.
Palavras Chaves: Antropologia Forense, Violência, Criminalidade, Direitos Humanos.
A
resistência dos Povos Indígenas nas Amazônias: a pandemia e a luta pelo bem
viver da Terra Mãe
Eliene Rodrigues Putira Sacuena [6]
Email: putirasacuena@gmail.com
Resumo
Para o enfrentamento da infecção causada pelo novo coronavírus entre os povos indígenas na Amazônia e tendo em vista a vulnerabilidade social e epidemiológica dos povos indígenas, a SESAI, instituição responsável pela Saúde Indígena, criou protocolo chamado de Plano de Contingência Nacional. Cada Distrito Sanitário Especial Indígena elaborou conforme a sua realidade, entretanto, as lideranças indígenas somaram a luta contra COVID19 criando suas próprias barreiras sanitárias, isolamento e distanciamento dos centros urbanos. Nos territórios, o medo de uma desconhecida doença trazia angustias e tristezas com as perdas das grandes bibliotecas de ciências ancestrais que iam embora, porém, com a chegada da pandemia, retornaram severamente os quatros processos colonizadores no Brasil. Primeiramente, falar da religião em nossos territórios contra a vacinação, o Estado Brasileiro sendo omisso aos povos indígenas, a Ciência invisibilizando os conhecimentos ancestrais com a forma de tutelar outras ciências e, enfim, o capitalismo que adoece as pessoas e destrói o mundo, mas dentro dele estão os outros três processos de colonização. Com a pandemia, a Mãe Terra ficou em perigo, o racismo, etnocídio e o genocídio dos povos indígenas foi declarada no Brasil. A sociedade Brasileira está confortável acreditando que o peixe contaminado por mercúrio nos territórios indígenas pelo garimpo ilegal não chegará em suas mesas e que o desmatamento não trará consequências futuras. Precisamos discutir sobre Natureza/Humanidade, não dá para dividir o mundo, estamos atrelados pelas cosmologias indígenas e as epistemologias precisam ser respeitadas, a luta não é contra somente a COVID19, mas também pelos territórios sagrados que sustentam o mundo. Não podemos falar da Amazônia somente como bioma, nós, povos indígenas, fazemos parte desse grande círculo construído pelas minhas ancestrais que resistiram a invasão do Brasil.
Palavra Chave: Indígenas, Pandemia, Colonização, COVID-19.
_____________________________
[6] Indígena mulher da
etnia Baré. Graduada em biomedicina pela UFPA, mestra em Antropologia na
Concentração em Bioantropologia em Genética Forense pelo Programa de Pós
Graduação em Antropologia na UFPA e Doutoranda em Antropologia na Concentração
em Bioantropologia em Genética Forense pela UFPA. É das Comissões de Ações
Afirmativas e Ética na ABA representando a Articulação Brasileira de Indígenas
Antropologes. Assessora da Associação dos Povos Indígenas Estudantes na UFPA e
vice presidente da Liga Acadêmica de Saúde Indígena no Pará.
Evolução como
conceito central para a Bioantropologia
Pedro
T. Da-Glória [7]
E-mail: pedrodagloriaufpa@gmail.com
Resumo
O conceito de evolução é
central para as pesquisas modernas em antropologia biológica. Nesta
apresentação pretendo mostrar como a ideia de evolução têm tido múltiplos
entendimentos dependendo da disciplina que a utiliza, do tópico pesquisado e
dos seus referenciais teóricos. Três grandes debates em torno do conceito de
evolução serão apresentados neste trabalho. Primeiro, no século XIX, há uma
distinção, muitas vezes ignorada hoje nas ciências humanas, entre o
evolucionismo social de Herbert Spencer e a teoria biológica de evolução de
Charles Darwin. O segundo momento aqui analisado é a consolidação da Teoria
Sintética de Evolução (TSE) na biologia entre as décadas de 1930 e 1950,
colocando a genética de populações como área chave para a teoria evolutiva
neodarwinista. Essa consolidação da TSE na biologia é acompanhada por um
distanciamento do uso do conceito de evolução nas ciências humanas,
especialmente no Brasil. Por fim, o terceiro momento se refere à emergência da
Teoria Estendida de Evolução (TEE) na biologia. Essa teoria enfatiza o papel da
construção do nicho, das múltiplas heranças e do desenvolvimento. A TEE abre
possibilidade para uma discussão renovada sobre o papel do ambiente na evolução
das espécies, especialmente para as discussões que envolvem a interface
biologia e cultura.
Palavras-chave: Teoria evolutiva. Síntese biocultural. Construção de nicho.
[7] Graduação em Ciências Biológicas pela
Universidade de São Paulo (2004), mestrado em Ciências Biológicas (Biologia
Genética) pela Universidade de São Paulo (2006) e doutorado em Antropologia -
Ohio State University (2012). Realizou pós-doutorado no Laboratório de Estudos
Evolutivos Humanos na Universidade de São Paulo (2012 - 2018). Atualmente é
professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal
do Pará, membro do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade
Federal do Pará e Coordenador do Laboratório de Arqueologia Denise Pahl Schaan.
Web-Palestra 8
Uso de Isótopos
Estáveis em Estudos Bioarqueológicos
Letícia Morgana
Müller [8]
E-mail: leticiamorgana@yahoo.com.br
Resumo
O caráter
multidisciplinar da arqueologia permite o diálogo com diferentes áreas
científicas para a construção de conhecimento sobre o passado, e o uso de
análises de isótopos estáveis é um exemplo destas aproximações realizadas com
outras disciplinas. Desenvolvido na segunda metade do século passado, este
método tem sido cada vez mais utilizado em estudos de paleodieta e de
mobilidade dos grupos humanos em várias partes do mundo, embora ainda seja
pouco aplicado no Brasil. Questões como migração, diferenças em dietas intra e
inter grupos e osteobiografia são alguns exemplos de questões que podem ser
respondidas, não somente para conhecimento de populações humanas, mas também de
fauna. Além disso, isótopos estáveis também podem ser usados em estudos de nichos
ecológicos, de ecologia de espécies e de efeitos de sazonalidade. Nesta
apresentação são analisadas algumas das possibilidades de aplicação deste
método em estudos bioarqueológicos e bioantropológicos utilizando exemplos de
pesquisas realizadas em remanescentes arqueológicos no Brasil.
Palavras-chave: Isótopos estáveis. Paleodieta. Meio ambiente.
_________________________
[8] Bioarqueóloga, doutoranda no
Programa de Pós Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará,
pesquisadora da Scientia Consultoria Científica. Graduada em História (UDESC),
possui especialização em Arqueologia e Práticas Interdisciplinares
(URI-Erechim/RS) e mestrado em História com ênfase em estudo de cultura
material (PUC/RS). Estuda práticas funerárias, paelodieta e aspectos de saúde e
doença de populações do passado.
Web-Palestra 9
O antropoceno e a necropolítica na Amazônia Brasileira
E-mail: ligiafilgueiras@gmail.com
Resumo
O Antropoceno é um termo polêmico criado em 2000 por Paul Crutzen e Eugene F. Stoemer, para representar as mudanças ambientais que o ser humano tem provocado ao planeta Terra, influenciando diretamente na vida das populações humanas. Refletir sobre a origem do Antropoceno e o que esperar do progresso humano e suas implicações ao ecossistema. É revisão integrativa de artigos da Revista Anthropocene, bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Google Scholar, no período de 2015 a 2021. Foram utilizados os descritores: “Anthropocene”, “Amazon”, “Brazil”, “Necropolitics”, associados aos operadores booleano “OR” e “AND”. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos completos; produzidos na realidade brasileira; publicados em língua portuguesa e inglesa; e os critérios de exclusão foram: resumos simples e expandidos, dissertações, teses e artigos de revisão. Desde o Holoceno, o ser humano vem provocando grandes extinção de espécies animais e vegetais, poluição dos corpos d’água, e, juntamente com a necropolítica ambiental, a sobrexploração de recursos naturais, a obsolescência programada, o discutível aquecimento global (pois ainda há pessoas politicamente motivadas a negá-lo), ao mesmo tempo que o capitalismo se reinventa para se manter em voga. Para as populações tradicionais amazônicas, destacamos os grandes projetos implantados desde a década de 50, a luta incessante pelo direito ao uso da terra e a vida, o combate aos crimes socioambientais, a insegurança alimentar, e a ausência de saúde e educação de qualidade. Atualmente, há a discussão sobre a inserção do ecocídio nas leis internacionais. Se ações efetivas não forem tomadas pelos agentes públicos, condições inviáveis serão comuns em muitas partes do mundo. Por fim, abrimos caminho para o debate de agendas de pesquisas e fomento de políticas públicas a fim de discutir alternativas para a população e o meio ambiente amazônico.
Palavras-Chave: Mudanças Climáticas. Populações Tradicionais. Ecocídio.
[9] Graduação em Licenciatura Plena em Biologia,
Universidade Federal do Pará (UFPA) (1998), Mestrado em Biologia de Água Doce e
Pesca Interior (BADPI) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
(2002), Doutorado em Antropologia, Área de Concentração Bioantropologia,
Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas (IFCH), Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora
Efetiva da SEDUC-PA (Ensino Médio) e Professora Assistente IV (40 horas) da
Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Amanhã iremos postar a Web-Palestra 2.
Aguardamos os seus comentários e perguntas!
Abraços a tod@s e um ótimo evento!
Coordenação do GEB/UEPA
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Seguem abaixo os temas das palestras, os resumos, as palavras-chave e os mini-currículos dos palestrantes em vídeos de animação para que possamos conhecê-l@s melhor.
WEB-PALESTRA 1:
O homem dragão: fatores ambientais como influentes na formação morfológica craniana
Santiago
Wolnei Ferreira Guimarães[1]
E-mail:
santiago.wolnei@gmail.com
Resumo
Recentemente a pesquisa
paleoantropológica trouxe à tona a descoberta do “Homem dragão”, um espécime
humano que viveu no Leste Asiático, especificamente no norte da China, há pelo
menos 146.000 anos atrás. O espécime, que se trata de um crânio quase completo
encontrado em 1933 durante a construção de uma ponte, chamou a atenção dos
cientistas apenas atualmente. Muitas interpretações têm sido dadas para o Homem
dragão, principalmente as que indicam uma maior proximidade do mesmo para com o
Homo sapiens, quando comparado com o Homo neandertal, o que não seria
esperado. Mas, de modo geral, grande parte das ideias apresentadas são usadas
para localizar o fóssil como mais um distinto primo do Homo sapiens, ao lado de outras subespécies, ao invés de
considerarem também a possibilidade de o mesmo fazer parte de uma diversidade
morfológica intergrupal da nossa espécie. Diante tal problemática, propomos
discutir brevemente algumas das recentes descobertas dos estudos sobre o crânio
e sua relação com os fatores de desenvolvimento externos, como uma forma de entendimento
alternativo para o Homem dragão. Busca-se, desse modo, reiterar a importância
da influência das pressões ambientais (forças neutras) como modos que promovem microevoluções
e, consequentemente, desenvolvimentos diferenciais nos fenótipos do crânio,
mesmo considerando a herdabilidade. Por fim, pretende-se trazer à reflexão a
importância do meio ambiente para a adaptabilidade humana, para além dos
padrões geneticamente herdados, não apenas entre grupos existentes há milênios
de anos atrás, mas também, e principalmente atuais, como os grupos étnicos na
Amazônia.
Palavras-chave: Homem dragão. Craniometria. Adaptação. Influência ambiental. Fenótipo.
____________________
[1] Doutor em
Antropologia/Bioantropologia pela Universidade Federal do Pará (UEPA/PPGA).
Mestre em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre – consórcio pela
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) e Universitat de
Tarragona (Espanha). Graduação em Geografia (UnB). Docente da Secretaria de
Educação do Distrito Federal, e Arqueólogo no Comitê Pró-Brumadinho, IEPHA-MG,
atuou também como Técnico Arqueólogo pelo Centro Nacional de Arqueologia –
IPHAN, e Museu Nacional-RJ (projeto de resgate de peças ocasionado pelo
incêndio).
WEB-PALESTRA 2:
Devastação Ambiental, Mudanças Climáticas e a Emergência de Novas Pandemias no Século XXI
Hilton
P. Silva[2]
E-mail:
hdasilva@ufpa.br
Resumo
O Antropoceno se
caracteriza como o período no qual os seres humanos, uma espécie muito recente,
tiveram um enorme impacto planetário, capaz de influenciar mudanças climáticas
globais, causar devastação ambiental sem precedentes, extinções em massa e a emergência
de patógenos altamente contagiosos e letais. Alguns locais do planeta, como a
região amazônica, as florestas africanas e do sudeste asiático, contém grande
biodiversidade e socio diversidade, mas a Amazônia Brasileira, ainda amplamente
desconhecida, se destaca pela diversidade de biomas, de espécies, de povos e de
línguas, mas também pelos graves danos e rápida destruição que tem sofrido por
ação antrópica no período pós-colonial. Nossa região é ocupada há cerca de 11
mil anos por grandes grupos populacionais, que desenvolveram mecanismos
adaptativos fazendo uso sustentável dos recursos naturais e ainda hoje
contribuem para a proteção do meio ambiente. No entanto, o processo de ocupação
da região, sobretudo nas últimas cinco décadas, se caracterizou pelo aumento
exponencial da destruição da socio biodiversidade, contribuído para os câmbios
ambientais no planeta e, como consequência, o surgimento de novas doenças
humanas e animais, como SARS, MERS, Zika, Ebola, H1N1, H5N1, em diversas partes
do mundo, cujo controle tem se mostrado difícil. Como única espécie capaz de
influenciar todos os ecossistemas, há necessidade de o Homo sapiens repensar suas ações enquanto ainda há tempo de evitar
sua própria extinção.
Palavras-chave: Extinção. Biodiversidade. Amazônia. Adaptação.
[2] Programa de
Pós-Graduação em Antropologia (PPGA); Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Sociedade
na Amazônia (PPGSAS),
Universidade Federal do Pará (UFPA); Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e
Meio Ambiente (LEBIOS/CNPq); Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da
Universidade de Brasília (CEAM/UNB); Centro de Investigação em Antropologia e
Saúde da Universidade de Coimbra (CIAS/UC).
Região Amazônica em Alerta Biológico: Riscos Associados a Determinantes Sociais da Saúde, Antipolítica Ambiental e Sindemia da Covid-19 no Estado do Pará na Atualidade.
Ariana Kelly L S
da Silva[3]
Fiona Felker[4]
E-mail: arianabelem@gmail.com
Resumo
Nos últimos dois
anos a Região Amazônica tem enfrentado variados riscos associados a
Determinantes Sociais da Saúde (DSS), à antipolítica ambiental do Governo
Federal e ao agravamento da Covid-19, principalmente, no Estado do Pará, que
notificou grandes retrocessos sanitários, perdas de extensas áreas de biomas de
floresta nativa e acelerado crescimento de contágios e óbitos pelo novo vírus
da SARS-Cov-2, com o abrupto avanço da sindemia entre os anos de 2020 e 2021. Objetivando problematizar as situações indicadas,
realizamos levantamentos estatísticos em artigos, livros, sites privados e de
órgãos oficiais do Brasil sobre DSS na Amazônia, áreas ambientais degradadas e
indicadores sociais sobre COVID-19 de populações vulneráveis no Pará. Os dados
utilizados indicaram que o Estado do Pará continua entre os mais afetados da
Região Norte em relação aos DSS, sendo Belém a 5ª cidade mais vulnerável do
país em relação à renda, com acesso precário a atendimentos de urgência e
emergência no serviço público de saúde durante a sindemia. No interior do Pará,
em Marabá, 36% da população está no setor informal, com 41% vivendo na pobreza.
Em regiões ribeirinhas e insulares sem transporte regular, o acesso a vacinas
anti-Cov-2 é escasso, além do aumento do desemprego e da extrema pobreza. Os
índices de desmatamentos, queimadas e degradações ambientais irreversíveis
cresceram quase 40% em 2019 no Pará, com áreas clandestinas de garimpos e
criações de gados em terras indígenas, quilombolas e privadas, em decorrência
da precária desestabilização de instituições ambientais reguladoras, sem
fiscalização, desfavorecendo as minorias políticas locais, demonstrando o
grande alerta biológico de se viver na Região Amazônica nos dias atuais. O
investimento em políticas públicas de proteção social, da saúde, da economia e
a cobertura vacinal são ações emergenciais que precisam ser adotadas em caráter
de urgência para que os riscos biológicos sejam mitigados em definitivo.
Palavras-chave: Risco biológico. Sindemia. SARS-Cov-2. Amazônia.
[3] Doutora em
Antropologia/Bioantropologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA/PPGA).
Estágio Sanduíche na University of South Florida (USF/Tampa/EUA) no Applied
Biocultural Laboratories, Social Science Building. Mestre em
Antropologia/Bioantropologia (UFPA/PPGA). Especialista em Sociologia e Educação
Ambiental pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Graduada em Ciências
Sociais (UFPA). Atualmente exerce as funções de Docente da Universidade do
Estado do Pará (UEPA/CCSE), Docente da Secretaria de Estado de Educação do Pará
(SEDUC/PA) e Vice-Líder do Grupo de Estudos em Bioantropologia do Estado do
Pará – UEPA (GEB-PARÁ/UEPA).
[4] Mestre em Defesa Biológica pela
George Mason University (GMU), com foco em patógenos já existentes. Estagiou no
Escritório de Preparação para Emergências do Departamento de Saúde do Condado
de Fairfax e tem certificado de pós-graduação pela Faculdade de Saúde
Pública. Está atualmente cursando o
Doutorado em Antropologia Médica na Faculdade de Artes e Ciência da University
of South Florida (USF), USA.
WEB-PALESTRA 4:
Métodos Quantitativos Aplicados à
Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças na Comunidade Remanescente Quilombola
Mangueiras
Edson Marcos Leal Soares Ramos[5]
E-mail: ramosedson@gmail.com
Resumo
As comunidades remanescentes de
quilombo são grupos populacionais que possuem ancestralidade negra,
características étnicas raciais fundamentadas nas relações com a terra, prática
cultural própria, parentesco e território. E neste contexto, ao se levar em
consideração a transição nutricional para o âmbito rural, mais particularmente
para as comunidades quilombolas, percebe-se a presença marcante de outros
fatores, como a prática de atividade física e a preferência por alimentos de
acesso relativamente fácil, como o peixe, frutas e hortaliças, tendo como base
a disponibilidade de recursos para a sua sobrevivência. Mostra como os métodos quantitativos foram aplicados à promoção da saúde e prevenção
de doenças na comunidade remanescente quilombola Mangueiras. Trata-se de um estudo
observacional, transversal, de base populacional. A população de estudo é
constituída de crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos, que
residem na comunidade remanescente de Quilombo Mangueiras, do município de
Salvaterra, na Ilha do Marajó, Pará. A amostra foi obtida pela técnica de
amostragem não probabilística por conveniência. Os dados foram coletados por meio
de um questionário de pesquisa que continha perguntas referentes aos dados
pessoais, condições sociais, aspectos relacionados à saúde, bem como a
avaliação bioquímica, a antropometria e o consumo alimentar, por meio do
questionário de frequência alimentar semi quantitativo e recordatório de 24
horas. A técnica estatística utilizada foi a análise exploratória de dados. Observou-se que a maioria dos moradores da comunidade remanescentes do
quilombo é casada e com idade média de 45 anos. Possuindo a maioria ensino
fundamental incompleto e exercendo a profissão de pescador, com renda individual
predominante inferior a um salário mínimo. A maioria das casas possui água
encanada, sendo a maior parte de madeira. A maioria relatou não ter fumantes na
residência, avaliaram o seu estado de saúde como regular e praticam algum tipo
de atividade física. A maior parte dos moradores não apresentam riscos com
relação à circunferência da cintura, 33,33% apresentam risco aumentado e 31,48%,
aumentando substancialmente. Riscos
com relação à circunferência da cintura é uma realidade presente nas comunidades
remanescente de quilombo e promover a saúde e
prevenção de doenças nessas comunidades é um direito humano,
principalmente no que se refere a ter uma alimentação adequada.
Palavras chaves: Análise exploratória de dados. Transição nutricional. Estado de saúde.
[5] Bacharel em Estatística pela
Universidade Federal do Pará (1994), mestre em Estatística pela Universidade
Federal de Pernambuco (1999) e Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade
Federal de Santa Catarina (2003). É professor Titular Universidade Federal do
Pará e Professor do Programa de Pós-Graduação em Segurança Pública. É
Conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. É professor colaborador
da Universidade de Cabo Verde no mestrado de Segurança Pública.
Em breve iremos postar as informações sobre os demais palestrantes!
Agradecemos a quem puder compartilhar.
Abraços e um ótimo final de semana!
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